A história da criação artificial do homem moderno…

imageNI3A narrativa bíblica da criação do Homem é, naturalmente, o ponto 
crucial do debate, às vezes acirrado, entre criacionistas e evolucionistas – 
que em certas ocasiões chega aos tribunais. Como já foi dito, os dois 
lados deveriam reler a Bíblia (no original hebraico); o conflito 
desapareceria, já que os evolucionistas reconhecem as bases científicas do 
Gênesis e os criacionistas compreenderiam o que os textos querem 
realmente dizer.

Deixando de lado a noção ingênua de alguns de que os “dias” do livro do 
Gênesis se referem literalmente a períodos de 24 horas e não a eras, ou 
fases, a sequência da Bíblia é uma descrição da evolução em acordo com 
a ciência moderna, como demonstraram os capítulos anteriores. O 
problema intransponível surge quando os criacionistas insistem em que nós, a 
humanidade, o Homo sapiens sapiens, fomos criados instantaneamente por 
“Deus”, sem antecessores evolucionários. “Então o senhor Deus modelou 
o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de 
vida e o homem se tornou um ser vivente.” Esse é o relato da criação do 
Homem segundo o Capítulo 2, verso 7 do livro do Gênesis – segundo a 
versão moderna e a inglesa do rei James; e é o que os criacionistas 
fanáticos acreditam piamente. 

Se eles lessem o texto em hebraico – que, afinal, é o original -, 
descobririam, em primeiro lugar, que o ato da Criação é atribuído a um 
certo Elohim – um termo plural que deveria ser traduzido, pelo menos, por 
“deuses” e não “Deus”. Em segundo lugar, ficariam sabendo que o verso 
também explica como “Adão” foi criado: “porque não havia um Adão para 
cultivar o solo”. Esses dois indícios são importantes – e incertos a 
respeito de quem criou o homem e por quê.

Naturalmente, existe outro problema no Gênesis 1:26-27, uma versão 
anterior da criação do homem. Primeiro, de acordo com a versão do rei 
James e outras, “Deus disse: Façamos o homem a nossa imagem, como nossa 
semelhança”; a seguir, a sugestão é executada: “Deus criou o homem a sua 
imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou”. O 
relato bíblico fica mais complicado na narrativa seguinte do Capítulo 2, 
“Adão” ficou só até Deus dar-lhe uma companheira feita de sua costela.

Enquanto os criacionistas acham difícil decidir qual é a versão 
dogmática, sine qua non, ainda existe o problema do pluralismo. A sugestão 
da criação do Homem vem de uma entidade plural que fala a uma audiência 
plural: “Façamos um Adão a nossa imagem, como nossa semelhança”. Os 
que acreditam na Bíblia devem se perguntar: o que está acontecendo? 

Os orientalistas e estudiosos da Bíblia já sabem que a redação e o 
resumo que os compiladores do livro do Gênesis fizeram foram baseados em 
textos bem mais antigos e detalhados, primeiro escritos em sumério. 
Esses textos, revistos e muito citados em O 12º. Planeta, com todas as 
fontes de informação, relegam a criação do Homem aos Anunnaki. 
Em longas descrições como o Atra Hasis, sabemos que os soldados rasos astronautas que vieram à Terra para minerar ouro acabaram se rebelando. O trabalho estafante de mineração no sudeste da África tinha ficado insuportável.
Enlil, o comandante-chefe, fez seu pai Anu, governante de Nibiru, 
convocar uma assembleia dos Grandes Anunnaki e exigiu punição severa para a 
tripulação amotinada. Mas Anu foi mais compreensivo: “De que os 
acusamos?”, perguntou depois de ouvir as queixas dos rebeldes. “O trabalho 
deles estava muito pesado, sua aflição era muito grande.” E logo sugeriu 
se não existia outro jeito de obterem ouro. 

O filho Enki (meio-irmão de Enlil e seu rival), o brilhante cientista-chefe dos Anunnaki, disse que havia: “É possível libertar os Anunnaki dessa servidão terrível tendo mais alguém para fazer o trabalho pesado:
Vamos criar um Trabalhador Primitivo!”

A idéia agradou à assembleia dos Anunnaki. Quanto mais discutiam, mais 
aumentava o clamor por esse Trabalhador Primitivo, um Adamu para se 
encarregar do trabalho pesado. Mas ficaram imaginando como ele poderia 
criar um ser com inteligência suficiente para usar ferramentas e obedecer 
às ordens. Como conseguiria criar, “produzir”, o Trabalhador Primitivo? 
A tarefa era possível, realmente?

Um texto sumério imortalizou a resposta de Enki aos Anunnaki reunidos, 
que viam na criação de um Adamu a solução para seu trabalho 
insuportável:
A criatura cujo nome vocês proferiram ELA EXISTE!

“Tudo o que vocês têm a fazer”, aduziu ele, “é ligá-la à imagem dos deuses”.

Nessas palavras está a chave do enigma da criação do Homem, o condão 
mágico que remove o conflito entre o evolucionismo e o criacionismo. Os 
Anunnaki, ou os Elohim dos versos bíblicos, não criaram o homem do 
nada. O ser já existia ali na Terra, o produto da evolução daquele 
estágio. Era necessário apenas, para elevá-lo ao nível necessário de 
habilidade e inteligência, aproximá-lo da “imagem dos deuses”, a dos próprios 
Elohim. 

Para simplificar, chamaremos esse ser que existia de Homem-Macaco e 
Mulher-Macaco. O processo imaginado por Enki era “ligar”, na criatura 
existente, a “imagem” – a feição genética interna – dos Anunnaki; em 
outras palavras, desenvolver o Homem-Macaco pela manipulação genética e 
dar um salto na Evolução criando o “Homem” – Homo sapiens.

O termo Adamu, que evidentemente inspirou o nome do Adão bíblico, 
significa “imagem” no texto sumério e é repetido intacto no texto bíblico, 
não sendo apenas um indício da origem sumério-mesopotâmica da história 
do Gênesis sobre a criação do Homem. O plural bíblico e a descrição de 
um grupo de Elohim chegando a um consenso seguido da ação necessária 
também perdem o aspecto enigmático se levarmos em conta as fontes 
mesopotâmicas.

Nelas nós lemos que os Anunnaki reunidos resolveram executar o projeto 
e Enki sugeriu que encarregassem Ninti dessa tarefa, porque era a 
médica oficial:

Elas convocaram e pediram à deusa, à parteira dos deuses, à sábia doadora da vida, [dizendo;]
“Dê vida a um ser, crie trabalhadores!
Crie um trabalhador primitivo para que ele possa suportar o jugo!
Que ele carregue o jugo imposto por Enlil, que o Trabalhador suporte a fadiga dos deuses!”

Não podemos afirmar com certeza se os redatores do Gênesis fizeram uma 
versão abreviada do texto do Atra Hasis, acima citado, ou de relatos 
sumérios mais antigos. Mas encontramos uma situação que demonstra a 
necessidade de um Trabalhador Primitivo, a assembléia dos deuses, a sugestão 
e a decisão de prosseguir e criar um ser. Com a compreensão das 
fontes, podemos entender a narrativa bíblica dos Elohim – os Altíssimos, os 
“deuses” – dizendo: “Façamos Adão a nossa imagem, a nossa semelhança” 
como um remédio para a difícil situação: “não havia um Adão para 
cultivar a terra”.

Até a Bíblia começar a relatar a genealogia e a história de Adão como 
pessoa específica, o livro do Gênesis refere-se a ele apenas como “o 
Adão”, um termo genérico, como expliquei em O 12º. Planeta. O relato não 
citava uma pessoa chamada Adão, mas queria dizer o “terráqueo”, que é 
o verdadeiro sentido da palavra vinda da raiz Adamah, a “Terra”. Mas 
trata-se também de um jogo de palavras: Dam significa especificamente 
“sangue” e reflete, como veremos adiante, o modo de “manufaturar” o Adão.

O termo sumério para designar o homem é LU, Mas sua raiz não significa 
“ser humano”, mas sim “trabalhador, servidor”; quando aparece como 
componente de nomes de animais significa que são “domesticados”. Na 
linguagem acadiana do Atra Hasis (de onde vieram todos os idiomas 
semíticos), recém-criado chamou-se lulu, que também significava “misto” em 
sentido mais profundo. Era, portanto, outra referência à origem de Adão: o 
“terráqueo” ou “Feito de sangue”.

Muitos textos de argila da Mesopotâmia, encontrados em diferentes 
estados de conservação e fragmentação, foram revistos depois da edição de O 
12º. Planeta, assim como os “mitos” de criação de outros povos do Velho 
e do Novo Mundo. Todos eles registram um processo envolvendo a mistura 
de um elemento divino a um terrestre. Geralmente o elemento divino é 
descrito como uma “essência” derivada do sangue de um deus, aliada a um 
elemento terrestre como “argila”, ou barro. 

Não há dúvida que todos tentaram contar a mesma história porque todos 
falam do Primeiro Casal. A origem certamente é suméria, e nessas 
narrativas encontramos descrições elaboradas e detalhadas a respeito do feito 
maravilhoso: a mistura dos genes “divinos” dos Anunnaki aos genes 
“terrestres” do Homem-Macaco.

Foi a fertilização in vitro, em tubos de ensaio, como sugere a 
ilustração de um selo cilíndrico. Como venho repetindo desde que a ciência 
moderna conseguiu igualar o feito, Adão foi o primeiro bebê de proveta…

Existem motivos para acreditarmos que Enki sabia que essa manipulação 
genética era possível ao sugerir a criação do Trabalhador Primitivo. 
Sua sugestão de encarregar Ninti da execução também não foi uma idéia 
momentânea.

Estabelecendo as bases para os acontecimentos seguintes, o Atra Hasis 
inicia a história do Homem na Terra atribuindo os deveres dos chefes 
Anunnaki. Quando a rivalidade entre os dois meios-irmãos Enlil e Enki 
atingiu um nível perigoso, Anu sorteou seus lotes.  

Enlil recebeu o comando dos primeiros acampamentos e das operações de E.DIN (o Éden bíblico); Enki foi enviado à África para supervisionar AB.ZU, a terra das minas de ouro. Sendo um grande cientista, Enki deve ter passado boa parte do 
tempo estudando a flora e a fauna da região, assim como os animais que 
seriam, 300 mil anos depois, os fósseis encontrados por Leakey e outros paleontólogos no sudeste da África. Como os cientistas de hoje, Enki deve ter imaginado o curso da evolução na Terra. Os textos sumérios sugerem que ele concluiu que a mesma “semente da vida”, que Nibiru trouxera de sua região ao interior do espaço, tinha fecundado os dois planetas; antes Nibiru e mais tarde a Terra, já que a última recebeu na colisão as sementes que germinaram.

Sem dúvida, o ser que mais o fascinou foi o Homem-Macaco, já um passo à 
frente dos outros primatas, um hominídeo ereto que usava pedras 
lascadas como ferramenta. Era um proto-homem, mas não ainda plenamente 
desenvolvido. Enki deve ter-se divertido diante do desafio intrigante de 
“bancar Deus” ao realizar as experiências de manipulação genética.

Para isso, ele pediu a Ninti que fosse para a África ficar a seu lado. 
O motivo oficial foi plausível, já que ela era a médica oficial; seu 
nome significava “Senhora Vida” (mais tarde recebeu o apelido Mammi, raiz 
universal de mãe). Tornara-se evidente a necessidade de serviços 
médicos, considerando as condições difíceis de trabalho nas minas. Mas 
havia mais que isso no convite: desde o início, Enlil e Enki desejavam os 
favores sexuais de Ninti porque ambos precisavam de um herdeiro da 
meia-irmã. Os três eram filhos de Anu, o governante de Nibiru, mas tinham 
mães diferentes e, de acordo com as regras de sucessão entre os Anunnaki, 
o herdeiro não era necessariamente o primogênito e sim gerado por uma 
meia-irmã da mesma linhagem real (costume adotado pelos sumérios e 
refletido nas histórias bíblicas dos patriarcas). Os textos sumérios 
descrevem cenas de amor ardente entre Enki e Ninti, mas o resultado não foi o 
esperado porque só geraram filhas. Sendo assim, o interesse era somente 
científico quando Enki sugeriu que Ninti executasse a tarefa. 

Sabendo de tudo isso, não nos surpreendemos ao ler nos textos da 
Criação que Ninti declarou, em primeiro lugar, que não poderia realizar a 
tarefa sozinha, pois precisava da ajuda e dos conselhos de Enki; em 
segundo, que a experiência devia ser feita em Abzu, onde disporia do 
material necessário e das instalações apropriadas. Na verdade, os dois devem 
ter feito várias experiências antes da sugestão dada na assembléia dos 
Anunnaki: “Façamos um Adamu a nossa imagem”. Algumas ilustrações 
antigas mostram “Homem-Touro” acompanhados de mulheres-macacos sem pêlo ou “Homem-Pássaro”. As esfinges (touros ou leões com cabeças humanas) que 
adornavam tantos templos antigos podem ter sido mais que uma simples 
alegoria imaginária, e quando o sacerdote babilônio Berossus escreveu a 
cosmogonia suméria e a história da Criação, descreveu um período 
pré-humano em que “apareceram homens com duas asas”, “um corpo com duas 
cabeças”, seres com “órgãos masculinos e femininos misturados”, “alguns com 
pernas e chifres de bode” e outras anomalias mistas de homens e animais. 

Os textos sumérios mostram que essas criaturas não foram falhas da 
natureza, mas o resultado de experiências deliberadas de Enki e Ninti. 
Chegam a descrever como os dois criaram um ser desassexuado, um homem que 
não reprimia a urina, uma mulher estéril e criaturas com vários outros 
defeitos. Finalmente, numa declaração desafiadora, com um toque de 
malícia, Ninti falou:
Quão bom ou mau é o corpo do homem?
Como meu coração inspira,
Posso tornar seu destino bom ou mau.

Tendo chegado a esse estágio mais aperfeiçoado de manipulação, podendo 
determinar no corpo, bons ou maus aspectos, os dois sentiram que podiam 
enfrentar o desafio final: misturar os genes dos hominídeos, 
Homem-Macaco, com os genes dos próprios Anunnaki. Usando todo o conhecimento adquirido, os dois Elohim iniciaram a manipulação que apressou a 
evolução. Sem dúvida, o homem moderno teria evoluído na Terra de qualquer 
jeito antes do que aconteceu em Nibiru, porque os dois eram originários da 
mesma “semente da vida”. Mas havia um longo caminho e muito tempo a 
percorrer do estágio dos hominídeos, há 300 mil anos, até o nível de 
desenvolvimento que os Anunnaki já tinham atingido naquela época. 

Se no curso de 4 bilhões de anos o processo evolucionário tivesse começado em 
Nibiru, considerando apenas 1 por cento desse período, a Evolução 
estaria 40 milhões de anos mais adiantada ali do que na Terra. Os Anunnaki 
terão feito a evolução em nosso planeta dar um salto de 1 ou 2 milhões 
de anos? Ninguém pode calcular quanto tempo seria necessário para o 
Homo sapiens evoluir naturalmente dos hominídeos terrestres anteriores, 
mas, com certeza, 40 milhões de anos seriam mais que suficientes.

Chamados para executar a tarefa de “modelar os servidores dos deuses”, 
ou, nas palavras dos textos antigos, “realizar uma grande obra de 
sabedoria”, Enki deu a Ninti as seguintes instruções:
Misture a uma essência o barro da base da Terra, pouco acima de Abzu, e modele na forma de um caroço.
Eu provarei bons e sábios jovens Anunnaki que darão ao barro a condição correta.

Analisei, em O 12º. Planeta, a etimologia dos termos sumério e acadiano geralmente traduzidos por “argila” ou “barro” e demonstrei que eles 
evoluíram da palavra sumério TI.IT.  Ela significa literalmente “aquele
que está com vida”; adquiriu depois os sentidos derivados de “argila”, 
“barro” e também de “ovo”. O elemento terrestre no processo de “ligar” 
em um ser que já existia “a imagem dos deuses” devia, portanto, ser o 
óvulo da Mulher-Macaco. 

Todos os textos que se referem a esse acontecimento esclarecem que 
Ninti deixou Enki fornecer o elemento terrestre, esse óvulo da 
Mulher-Macaco de Abzu, do sudeste da África. De fato, existe a especificação exata do lugar das minas (uma área identificada em O 12º. Planeta que fica na 
Rodésia do Sul, hoje Zimbábue), em um lugar acima, mais ao norte. Como 
mostraram descobertas recentes, essa área foi realmente o local em que 
surgiu o Homo sapiens…

Ninti era encarregada de obter os elementos “divinos”. Eram necessárias duas extrações de óvulos para uma da essência de uma Annunaki, e um 
jovem “deus” foi cuidadosamente selecionado para esse propósito. As 
instruções de Enki a Ninti foram que ela colhesse o sangue e o shiru do 
deus e depois imergisse em um “banho purificante” para obter suas 
“essências”. Do sangue seria retirado o TE.E.MA, traduzido por 
“personalidade”, expressando o que faz uma pessoa ser diferente das outras. 
Mas a tradução “personalidade” não define a precisão científica do termo que 
originalmente significava em sumério: “o que abriga, o que liga a 
memória”. Atualmente daríamos a isso o nome de “genes”.

Outro elemento a ser retirado dos jovens Anunnaki era o shiru, 
comumente traduzido como “sangue”. Com o tempo, a palavra adquiriu, entre 
outras conotações, o sentido de “carne”, mas no sumério antigo 
referiam-se ao sexo e aos órgãos reprodutores. Sua raiz significava basicamente 
“ligar”, o que “liga”. A extração do shiru foi relacionada em outros 
textos sumérios com o termo kiru e, sendo do homem, significava “sêmen”, 
o esperma. 

Essas duas extrações divinas deviam ser bem misturadas por Ninti em um 
banho purificante e o epíteto lulu (“misto”) para o Trabalhador 
Primitivo certamente teve raiz nesse processo de mistura. Na linguagem atual 
chamaríamos o “Híbrido”.

Todos esses processos deviam ser executados em perfeitas condições de 
higiene. Um texto menciona como Ninti lavou as mãos antes de tocar no 
“barro”. O local era uma construção especial chamada em acadiano de Bit 
Shimti, da raiz suméria SHI.IM.TI, literalmente “casa onde o vento da 
vida é soprado”. É a fonte, sem dúvida, da afirmação bíblica de que 
Elohim, depois de modelar o Adão do barro, “soprou em suas narinas o 
hálito da vida”. O termo bíblico Nephesh, “sopro da vida”, às vezes é 
traduzido como “alma”. A mesma palavra é empregada na narrativa acadiana do 
acontecimento na “casa onde o vento da vida é soprado” depois de 
completarem os processos de purificação e extração:

O deus que purifica o napishtu, Enki, falou.

Sentado diante dela [Ninti] ele a convocou.

Depois de proferir seu encantamento ela pôs a mão no barro. 

Em um selo cilíndrico há uma ilustração possivelmente relacionada a 
esse texto antigo. Nela, Enki, sentado, convoca Ninti (representada por 
seu símbolo, o cordão umbilical) e aparecem atrás os frascos usados como 
“tubos de teste”.

A mistura do “barro” com todos os componentes e essências não era o fim 
do processo. O óvulo da Mulher-Macaco, depois de fertilizado com o 
esperma e os genes do jovem “deus” Anunnaki nos “banhos purificantes”, era 
depositado em um “molde” onde a liga devia se completar. Já que essa 
fase depois é descrita como associada à determinação do sexo do ser 
engendrado, podemos supor que era esse o propósito da etapa de “ligar”.

O prazo que o óvulo fertilizado permanecia no “molde” não é declarado, 
mas é bem esclarecido o que devia ser feito com ele. Depois de 
fertilizado e “moldado”, precisava ser reimplantado em um ventre feminino, mas 
não na Mulher-Macaco original. Em vez disso, era escolhido o ventre de 
uma “deusa”, uma Anunnaki! Só assim o resultado seria alcançado.

Depois de tantas tentativas e tantos erros para criar seres híbridos, como Enki e Ninti podiam ter certeza de obter um lu1u perfeito ao reimplantar o óvulo em uma Anunnaki? Ou ela podia parir um monstro e pôr em risco a própria vida? 

Evidentemente, não tinham certeza absoluta. Como acontece tão 
freqüentemente com cientistas que servem de cobaia em experiências perigosas 
que exigem um ser humano, Enki anunciou aos Anunnaki reunidos que sua 
própria esposa Ninti (“Senhora da Terra”) se oferecera para isso. 
“Ninti, minha deusa-esposa, será a escolhida para esse trabalho”; ela 
determinaria o destino do novo ser:
O destino do recém-nascido tu proferirás; Ninti fixará nele a imagem dos deuses;
E o que ele for será o “Homem”.

As Anunnaki escolhidas como Deusas do Nascimento receberam ordem de 
Enki de ficar e observar o que aconteceria se as experiências fossem 
bem-sucedidas. Como os textos revelam, não foi um parto simples e fácil:
As Deusas do Nascimento foram mantidas juntas.
Ninti sentou-se, contando os meses.
O fatídico décimo mês se aproximava.
O décimo mês chegou  – o período de abrir o ventre tinha vencido.

Aparentemente o drama da criação do Homem incluiu um nascimento tardio 
e foi necessário uma intervenção cirúrgica. Compreendendo o que tinha 
feito, Ninti “cobriu a cabeça” e “fez a abertura” usando um instrumento 
cuja descrição foi danificada na tábula de argila. Em seguida, “o que 
estava no ventre surgiu”. Segurando o recém-nascido, ela exultou de 
alegria. Ergueu-o para que todos o vissem e gritou triunfante:

Eu o criei!
Minhas mãos o fizeram!

O primeiro Adão tinha surgido.

O nascimento bem-sucedido de Adão – por si mesmo, segundo a primeira 
versão bíblica – confirmou a validade do processo e os animou a 
prosseguir. Então foi preparado “barro misturado” suficiente para iniciar a 
gravidez em catorze Deusas do Nascimento ao mesmo tempo:

Ninti separou catorze porções de barro, 
Sete ela depositou à direita,
Sete ela depositou à esquerda;
Entre elas ela colocou o molde. 

Os processos já atingiam uma técnica genética capaz de criar sete 
machos e sete fêmeas ao mesmo tempo. Em outra tábula lemos que Enki e 
Ninti:
Os sábios e eruditos,
Duplas de sete Deusas do Nascimento tinham reunido.
Sete deram à luz machos.
Sete deram à luz fêmeas;
As Deusas do Nascimento criaram
o Vento do Hálito da Vida.

Portanto, não existe nenhum conflito entre as várias versões bíblicas 
da criação do Homem. Primeiro o Adão criou-se por si mesmo, mas na fase 
seguinte o Elohim realmente criou os primeiros seres humanos, “macho e 
fêmea”.

Os textos da Criação não declaram quantas vezes foi repetida a “produção em massa” de Trabalhadores Primitivos. Em outro lugar, lemos que os 
Anunnaki continuaram clamando por mais deles e que, finalmente, os que 
eram de Edin – Mesopotâmia – foram a Abzu, na África, e capturaram à 
força muitos Trabalhadores Primitivos para servi-los em sua terra.  

Também ficamos sabendo que nessa época, cansados da necessidade constante de Deusas do Nascimento, Enki iniciou uma segunda manipulação genética 
para dar ao povo híbrido a capacidade de procriação, mas a história desse 
avanço científico pertence ao próximo capítulo.

Tendo em mente que esses antigos textos nos chegam atravessando uma 
ponte histórica que se estende por milênios, deve-se admirar os escribas 
que registraram, copiaram e traduziram os textos mais remotos, 
provavelmente sem conhecerem com certeza o que esta ou aquela expressão ou 
termo técnico significavam originalmente, mas aderindo tenazmente às 
tradições que exigiam uma versão extremamente meticulosa e precisa dos 
textos copiados.

Por sorte, à medida que entramos na última década do século 20 da Era 
Comum, contamos cada vez mais com o auxílio da ciência moderna. A 
“mecânica” da replicação celular e da reprodução humana, a função e código 
dos genes, a causa de muitos defeitos e doenças hereditárias – processos biológicos como esses e muitos mais, agora são compreendidos. Talvez 
essa compreensão ainda não seja completa, mas já é suficiente para nos 
permitir avaliar os contos antigos e seus dados. 

Com todo esse conhecimento moderno a nossa disposição, qual é o 
veredicto sobre as informações da Antiguidade? Trata-se de uma fantasia 
impossível ou os procedimentos e processos, descritos com grande atenção à 
terminologia, são corroborados pela ciência da atualidade?

A resposta é sim, é tudo como faríamos hoje – são os mesmos 
procedimentos que temos seguido nos últimos anos.

Extraído do Livro: GÊNESIS REVISITADO