A serpente, ou um dragão, que morde a própria cauda é um símbolo milenar associado ao Todo ou Unidade e utilizado em diversas tradições ocultistas de escolas iniciáticas. É uma referência à criação do universo.
Este arquétipo foi utilizado pelos povos egípcios, gregos, druidas, indianos e chineses há milhares de anos.
O Ouroboros é um símbolo que apresenta muitos significados. Nos textos bíblicos a serpente está associada ao conhecimento do bem e do mal e à tentação.
Na maior parte das culturas pré-cristãs, é um símbolo de sabedoria.
O ato da serpente engolir a si mesma é uma representação dos ciclos da Vida, onde o fim é um novo começo e se relaciona ao movimento cíclico e evolutivo de cada ser.
A serpente está associada à vida terrena e o círculo, ao Reino Divino.
Já o dragão remete as energias mais primitivas, representa o inconsciente, os desejos ocultos, a força primitiva, os poderes do psiquismo.
O Ouroboros com o dragão mordendo a própria cauda simboliza o domínio sobre a natureza instintiva, o desvendar do inconsciente, o Espírito dominando os instintos e a ignorância sendo tragada pela sabedoria.
A forma circular desse símbolo se relaciona aos movimentos da Criação e representa o Universo.
De uma forma transcendental, o Ouroboros é a representação dos ciclos de experiência da alma humana.
Saiba mais sobre a origem e os significados deste símbolo com o que vem a seguir:
Onde Aparece este Símbolo:
O Ouroboros em Diversas Culturas e Religiões
Egito Milenar, China Antiga, Budismo, Alquimia Esotérica, Gnosticismo, Maçonaria
Atualmente, o Ouroboros é encontrado em:
amuletos esotéricos, na simbologia maçônica, na teosofia, no selo dos Estados Unidos da América, em monumentos funerários, e, de forma mais usual em adornos, objetos de arte e tatuagens
Etimologia do Nome
Ouroboros ou oroboro ou ainda uróboro vem do grego antigo:
οὐρά (oura)-significa “cauda”; βόρος (boros)-que significa “devora”.
Assim, a palavra quer dizer : “aquele que devora a própria cauda“.
O Ouroboros em Diversas Culturas e Religiões
ouroboros dragao
Estando presente em diferentes culturas e tendo interpretações distintas, a base do significado do Ouboros consiste na ideia da criação eterna e contínua.
Ao longo do tempo, o símbolo do Ouroboros foi assimilado por diversas culturas, religiões e doutrinas místicas, como:
Egito Milenar
Um registro bem antigo do Ouroboros se encontra em um texto funerário do Antigo Egito, no túmulo do imperador Tutankhamun. Para os egípcios, este símbolo representava a união de Rá , deus do sol, e Osíris, deus da vida, da morte e da ressurreição, por isso significando os ciclos da Vida.
China Antiga
O símbolo chinês do Ying e Yang, indicando a união das polaridades e a transcendência da dualidade, tem sua analogia e representação no Ouroboros.
Budismo
O encontro com nosso SER marca o estado de ausência, do início e fim, significado que tem sua representação no Ouroboros.
Alquimia Esotérica
A Alquimia, uma ciência mística e esotérica que, entre outras finalidades, buscava encontrar o “elixir da vida e da imortalidade” utilizava a simbologia do Ouroboros.
Para os alquimistas, o Ouroboros se relaciona ao trabalho interno e pessoal de cada ser, envolvendo sua psique, energia e força interna.
Gnosticismo
A serpente no Ouroboros devorando a própria cauda, no Gnosticismo, simboliza a elevação da alma, bem como a eternidade e imortalidade do Espírito.
Maçonaria
Para os maçons, o Ouroboros representa a eternidade, renovação, amor e sabedoria e é encontrado decorando as fachadas dos seus templos, tal como o esquadro e o compasso.
O que este arquétipo nos ensina
Para vários místicos, o Ouroboros, fechando-se sobre o próprio ciclo, nos remete à representação da roda da existência e o processo de criação contínua.
Em algumas vertentes do budismo tibetano o Ouroboros evoca o estado meditativo, quando se transcende o estado mental amplificando a percepção de si mesmo e do TODO, o micro sendo absorvido pelo macro.
Seja como for, o Ouroboros é um símbolo que conversa com nosso lado intuitivo e, nessa comunicação, surge a percepção do lado inconsciente, refletido nas repetições das ações que levam ao sofrimento e que, para sair desse círculo vicioso é necessário olhar para dentro, ter autopercepção e autoconhecimento, ou seja, morder a própria cauda, como na representação do Ouroboros.
O Ouroboros alegoriza a resolução do conflito interno alcançado pela conquista da plenitude interior e a percepção da Unidade, transcendendo a separação do Todo, em decorrência da projeção egóica. Enfim… a dissolução do ego finito em prol da manifestação do SER Infinito.