Juan Uviedo
(São Tomé – Argentina, 193… –  São Thomé das Letras, MG, 16 de novembro de 2009)

Como definir esse senhor? Para nós ele é o Juan! 
imageO60Um mestre que consulta mestres: o I Ching e o Jogo das Pedras e que diz ser hoje um senhor mais tranquilo, mais apaziguado, mais sábio.

Psiquiatra, educador, dramaturgo, poeta, músico, radialista, cineasta, político, pai de todas as crianças carentes, santo, bruxo, xamã, mestre…

Cidadão mineiro de coração

Juan Uviedo nasceu na Argentina e por coincidência em uma cidade chamada São Tomé, no Estado de Santa Fé.

Por parte da mãe descende de franceses e italianos, por parte do pai de espanhóis e índios e por parte do seu coração é mineiro e Santhomeense.

Juan não sabe ao certo o ano do seu nascimento, portanto, pode ter a idade que quiser. As vezes muito velho e às vezes mais jovem que seus inúmeros filhos, todos unidos a ele e em seus projetos.

De repente ele desaparece, ou está em dois lugares ao mesmo tempo.
 

 

Sabe expor com paciência toda a sua sabedoria, mas às vezes elas explodem como faíscas de estrelas cadentes.

Será que foi ele que serviu de inspiração para “Don Içam”, de Castañeda? A verdade é que dividiu um apartamento com o escritor Carios Castañeda e um polaco em Berkley nos idos de 1961. Conta Juan que Castañeda inspirava-se de madrugada, escrevia muito e atacava a geladeira até que ficasse vazia. 

 

“Castañeda esteve em São Thomé em 1988”, esclarece Juan.

Juan andou por muitos lugares deste mundo. Até que chegou ao Brasil em 1979.

Em São Paulo, fazia teatro com Ruth Escobar, música com Hermeto Pascoal e ministrava aulas de Psicodrama nas universidades.

Ele conta que se formou com nota 10 em tudo, sem nunca ter estudado!

Estava seguro de qual era o seu lugar. Chegou a São Thomé das Letras com sua família, a pé, vindo de Extrema, cerca de 300 km de distância. 

 

Ele afirma que “São Thomé das Letras necessita intensificar o lazer bem direcionado e a cultura da cordialidade e da alegria, que são as raízes do povo santhomeense e que estão apagadas. O lazer bem direcionado pode romper a couraça do medo nas pessoas”.

Para Juan, “a Praça de São Thomé é sua cozinha, o lugar onde todos se encontram e que é preciso mantê-la harmonizada. É onde se tem a Igreja de alguns, a prefeitura de todos e o cemitério onde vamos terminar. O  ‘Centro de Eventos’ é um espaço novo para o povo, é a “nossa sala” – diz ele.

Turismo

“O turismo move a cidade, por exemplo, eu deixo a minha casa para o turista e vou ficar na casa de um irmão. Isso significa ‘eu te dou minha casa’. O turista tem de respeitar as raízes culturais do povo de São Thomé”.

E o povo das pedreiras de São Thomé

Juan fala deles com carinho e admiração. “São Thomé das Letras podia ter uma universidade para formar quem trabalha e mexe com pedreiras. Uma escola de ‘pedreiros’, essa é a cultura do povo da qual me sinto parte”. 

 

O Mestre

Juan é um mestre.

Mestre na “espreita”, no “sonhar” e no xadrez da vida.

Sempre que concretiza e fortalece um dos seus planos comunitários inicia outro. É impossível colocar tudo que Juan realizou por São Thomé das Letras nesses vinte e tantos anos, como: a “Associação Viva Criança” com sede na montanha do Cantagalo, que abriga e orienta atualmente cerca de 30 crianças e a Rádio “Montanha das Letras'” 104,9 MHz, a rádio da cidade.

Uviedo auxilia as pessoas harmonizar suas energias por intermédio da “Cosmologia”.

Juan Uviedo vive plenamente, sempre em busca de novos caminhos, “encontrando razões não para ganhar ou perder, mas para seguir jogando, porque a vida é um jogo”. Ele tem apenas um ideal, viver o dia a dia com toda a intensidade, consciência e alegria.

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Baseado em reportagem do jornal:
O Guardião da Montanha, Número 2
de autoria de Ana Lucia Dias
Clicke nas letras vermelhas para ler artigo: Don Juan e seu Voto de Pobreza

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