Tão simples como a Causa Última são os derradeiros segredos da Natureza. Não separes arbitrariamente, pelo raciocínio, aquilo que germina na mesma raiz e verás, por todos os lados, as mesmas leis. . . Ensinaram-te, entretanto, a edificar um segundo mundo, mundo sem base nem razão e esta edificação do ilusório, surgida do nada, teus mestres denominaram: “a fé”. Não é dessa espécie de “fé” que se trata, quando te falo da Fé! Nem tampouco aquela “fé” necessária para a salvação da tua alma! Queremos abrir tua sensibilidade à força eterna que vive em ti e que, sem cessar, em atividade vivificante e constantemente criadora, capta as forças de tua vontade para condensá-las numa determinada ação.A Fé é a força de criação em Espírito! A Fé cria as formas, através das quais a ação da tua vontade se manifesta! A Fé é modo de ação da Vontade! Não podes, deveras, querer sem crer, pois uma vontade sem forma é energia que escoa e, como tal, se desperdiça sem produzir efeito. Mas, no momento em que dás à tua Vontade uma forma precisa, através da tua Fé, ela se torna tão poderosa que é mesmo capaz de transformar o conjunto, aparentemente inalterável, de elos do porvir, a ponto de os modelares, como em cera mole, segundo a forma da tua Fé. Tua alma enlanguesce enquanto não sabes crer, e, em sua angústia, te arrasta à superstição! A “Vida” da tua alma é Vontade e toda vontade quer conquistar uma forma precisa, a fim de manifestar-se em ação. Se uma vez tiveres sentido o que é deveras “a Fé”, saberás então realmente crer… Tua Fé é o molde em que toma forma o teu destino, como um mineral em fusão! Tua Fé necessita de liberdade absoluta! Só tu mesmo és a Norma da Tua Fé! À tua imagem, a Fé forma teu Deus; assim como outrora, ela criou teus deuses. . . Sem a forma é o divino na insondabilidade do Seu Ser. . . Só quando formado, Ele se torna sondável para ti. A ti e em ti se revela sob tua forma. Por conseguinte, não podes, de maneira alguma, mostrar teu Deus a teu irmão, pois em toda a eternidade, ele jamais virá a contemplar teu Deus. . . Poderá ver a mesma Divindade, porém, formada à imagem dele… Não te iludas, pensando poder atrair um irmão para teu Deus, pois, caso ele se deixe levar, irá adorar uma “imagem”, alheando -se do seu próprio Deus.Infinitos são os aspectos sob os quais se revela o Grande Uno, e ai daqueles infelizes que intentarem contestar-lhe uma sequer das Suas infinitas Formas! No mesmo instante em que reveles impudicamente a outrem, a imagem íntima do teu Deus, tu O perderás!Não creias que entre os milhares de fiéis, agrupados em torno de um Nome da Divindade à qual cantam altos louvores, haja sequer dois verdadeiros devotos que Nele creem de maneira idêntica. A Fé, entretanto, pode servir-se de cada um dos nomes dados a Deus ou ao Demônio. . . A energia plasmadora da Fé, que determina a tua vontade, é a única fonte de toda a ação “mágica”. Magia “branca” e magia “negra'” são baseadas da mesma energia!           Assim como a força da natureza, que se revela num relâmpago, torna-se útil ao Homem, contanto que ele saiba captá-la numa Forma e ela se deixe prender e conservar em metais ou em recipientes, assim também a força da Vontade, que achou sua forma pela Fé, se deixa reter em criações da matéria. . .          Em todos os cultos e todos os povos, encontrarás a crença em coisas “bentas”, às quais se atribui poder sobrenatural.         Escarneces dessa crença e a chamas “superstição”.          Se com isso tens em mente apenas apoucar as fábulas que, como a hera parasita, se entremeia as coisas sublimes, então, tens toda a razão; mas, toma muito cuidado para não desprezares a Verdade que ai também se acha oculta!       Cada coisa que, com a tua vontade, nitidamente formas e “carregas” pela fé, torna-se um “talismã”. O efeito de semelhante “talismã” deves ter experimentado muitas vezes, mesmo ignorando a causa dele e mesmo que nem de leve pudesses imaginar que por todos os lados te cercaste de “talismã”. . . O objeto é, obviamente, um acumulador e guardião da energia que, embora livre em si, nele está retida.      

Esta energia não lhe é própria!     

Tua Fé formou tua energia e dirigiu-a, sem que o soubesses, para esse “receptor” que a guarda até ela se “descarregar”.     

Tua Fé renovada “acumula” de novo o “talismã” de tua força, mesmo que não o considere como tal. . .     

Cada objeto que usares para que isto ou aquilo seja bem sucedido, ainda que esse objeto não seja absolutamente indispensável à tua ação, não o impede de ser, de fato, um “talismã”. Mesmo julgando-te “esclarecido” e zombando da “superstição”, ouves falar de seres que usam tais objetos, plenamente conscientes do que fazem e convictos da sua eficácia constante e incontestável.     

Mas tu és mal avisado, enquanto que eles “sabem”!     

As imagens dos deuses não são outra coisa!     

Tanto o fetiche na choça de um selvagem, quanto a magnífica escultura do culto a Atenas. . .    

Tanto a imagem do “Santo” na catedral, quanto a estátua “milagrosa” na humilde capela de vetusto mosteiro.    

Todos eles são “portadores” da força volitiva, condensada, de milhares de fiéis que, pela “Fé”, plasmaram sua vontade e souberam, com ela, impregnar a obra esculpida ou pintada. Mesmo alguns pobres vestígios materiais que pertenceram, real ou supos- tamente, a um “Santo Homem”, também são com ela impregnados. E é pela Fé dos que oram diante dessas imagens, que as energias ai acumuladas se “desprendem”. De fato, ninguém pode libertar essas energias se nelas não crer, pois só a Fé cria a alta tensão das correntes volitivas capaz de impelir essas energias, quando acumuladas e nitidamente formadas pela Fé, a fluírem a tua vontade e, com esta, unidas, atuarem conforme a tua vontade. Contudo, não temos a menor intenção de te induzir a fazer uso dos “talismãs” de todos os cultos. Tampouco queremos sugestionar-te a experimentar em ti mesmo a alta eficiência das imagens divinas ou “milagrosas”, se bem que as devas poupar aos teus risos, se quiseres realmente conhecer a lei em virtude da qual elas se dignificam.

Apenas esta “lei” deves conhecer e o que ela de possibilidade te oferece, deves saber tornar útil à tua vida diária. Tua força da volição não é sempre a mesma; todavia, se em teus períodos de vigor criaste “guardiões” de tuas energias, então, quando vierem momentos de fraqueza, verás verdadeiros “prodígios” realizarem-se em ti… E cada objeto que gostas de manusear ou que se encontra diariamente à tua vista, pode-se tornar um transmissor e vivificador das tuas forças volitivas, nas horas de menor enlevo, sendo-te possível libertar, por esses “guardiões” por ti criados, as forças de que nessas ocasiões necessitares. De preferência as coisas de grande beleza são as mais apropriadas para serem tais “acumuladores”. O que já deve sua existência à alta energia de formação, melhor poderá conservar esta força plasmadora. Rodeia-te dos tais objetos que, diariamente, às horas de enlevo, possas acumular de energias, saturando-os da mesma qualidade de força volitiva, que te será tão necessária nas horas de fraqueza! Traze contidos esses objetos, seja para onde fores! Crê que lhes possas transmitir tuas melhores energias, e eles te devolverão tão logo as precisares! Com efeito, tal crença não é “presunção”! Ainda não desconfias quão “real” são tuas forças volitivas e nem avalias o poder que terias em mãos se soubesses pela Fé, “plasmar” tua Vontade! Entrementes, não destruas tua Fé com vãs especulações, procurando inquirir: qual a explicação psicológica para esse fenômeno?! Se alguém vier te falar a respeito de “auto-sugestão”, não te deixes atordoar por semelhantes argumentos. Com tais palavras, coisa alguma pode ser “explicada”! Apenas faz surgir um novo vocábulo que, decerto, não define esta ação por altas energias determinada. A Natureza segue seu curso sem prestar atenção se tu podes ou não “explicar” a sua ação. A maneira pela qual nós vemos essas coisas, aqui está indicada em consideração dos fatos acima mencionados.Se o que dissemos é verdade ou não, podes saber somente, fazendo disso experiência.


BÔ YIN RA
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