por Orual Ojellav

84254111_3365553583473433_8944606359874174976_nCaminhava pelas alamedas sem rumo.
Meu olhar não se prendia a nada.
Mas, de repente, uma brisa me surpreendeu
E pude cair em mim, como se houvessem aberto a minha mente.
Tudo o que não fazia sentido, passou a me chamar a atenção.
Foi como se as cores preenchessem o desenho e o contorno das casas e jardins.
As árvores se cobriram de folhagens e flores, como se estivesse em plena primavera.
Percebi nesse momento que a minha passagem pelo planeta tinha um propósito.

Comecei a utilizar a minha imaginação e fui viajando com as formas das paisagens.
Uma vontade incontrolável de explorar o desconhecido de minhas dimensões interiores de consciência.
Senti em minha alma e em meu coração o quanto somos importantes no infinito universo, apesar de nossa forma minúscula perante o Todo.
Insistimos em colocar limites em nosso verdadeiro ser, e não nos preocupamos sobre o que somos, de onde viemos e para onde vamos.
Trata-se do simples: ‘nascer, viver e morrer…’
Uma trajetória comum e vazia do simplesmente viver.

Viver na onda daquilo que a sociedade impõe, para satisfazer a ordem de consumo. Satisfazer o ego.
Mas será somente isso que devemos considerar?
Quantos não nos censuram e nos taxam de sonhadores?
Nesse momento ficou claro para mim que é importante não ignorarmos nossa existência.
Que é importante não morrer fisicamente sem ter a consciência do ‘por quê’ estar aqui e agora.
Quem não desperta, jamais vai aceitar o último suspiro.

Temos que expurgar o sentimento de posse pelas coisas e pelas pessoas.
Entender que a vida física é uma experiência maravilhosa, porém de curta duração.
Muitos de nós se deixam levar pelos deleites dos diversos prazeres terrenos.
Claro que tudo isso é importante.
O que pesa é o exagero.
Tudo deve ter comedimento.
Devemos entender que somos compostos de corpos sobrepostos correlacionados com as diversas dimensões em sua sutilidade ascendente.
Entender que esses corpos devem ser alimentados de acordo com sua vibração.
O alimento do corpo físico é diverso do alimento para a mente e a alma.

Devemos nos preparar para quando chegar o momento de descer desta nave interplanetária denominada Terra.
Penetrar em nossas dimensões interiores e perceber que tudo faz parte do Todo.
Até a mais insignificante partícula, ou sinal, merece nossa atenção.
A vida de uma formiga ou de um macaco, ou de uma simples plantinha, é tão importante quanto a nossa própria.

Por isso devemos discernir e manusear os alimentos que provemos ao nosso ser, de modo a permitir que este possa atravessar a passagem estreita pela qual vamos sair desta nave.
Banindo de nossa alma os sentimentos mundanos e sem propósito elevado.
Caso contrário, seremos reprovados, e não conseguiremos transcender.

É hora de despertar…

(Orual Ojellav – Série Pensamentos – 06/02/2018)
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