imageG92Não faz muito tempo, alguém me perguntou se eu já havia notado quantas vezes as doenças são vendidas ao público. À primeira vista, isso me causou surpresa.

    “Vender” a doença?”

    Mas, depois de minha amiga ter feito esse comentário, comecei a prestar atenção aos anúncios publicitários e constatei que ela estava certa.

    Além dos anúncios de produtos relacionados a certas doenças, a televisão apresenta reportagens com descrições detalhadas de doenças, possíveis tratamentos e estatísticas sobre sua cura e sua incidência. O que realmente chamou minha atenção, porém, foi um artigo de jornal bem conhecido, sobre um anúncio publicado numa revista dirigida a pessoas de alto poder aquisitivo, na Arábia Saudita. O anúncio, pago por uma clínica americana, mostrava a foto de um alegre cliente, usando o traje típico do Oriente Médio.

    Esse anúncio relatava o terrível dia, na vida desse homem, no qual sofrera um infarto e procurara aquela clínica para tratamento. Descrevia uma operação bem sucedida e explicava que a clínica podia ajudar outros com o mesmo problema. O artigo do jornal revelava, porém, que o “paciente” da foto não era, na realidade, um paciente. Ele era “uma figura fictícia… seu depoimento era a invenção criativa de um publicitário do Oriente Médio”. Sua história era uma “combinação biográfica”, inspirada em casos semelhantes.

    Em resumo, através da descrição de detalhes da doença e de seus sintomas, com a ajuda de um modelo fotográfico, eles estavam vendendo essa doença ao público incauto. Foi aí que eu comecei a compreender um pouco melhor o que minha amiga queria dizer com a “venda da doença”.

    Embora o enfoque varie, dependendo do anúncio, muitas vezes há uma fronteira tênue entre informar o público sobre uma doenças e verdadeiramente encorajá-lo a aceitar certos sintomas como algo “normal” na vida humana. Por exemplo, aparecem vários anúncios referentes a gripes e resfriados, quando se aproxima o inverno, como criar uma expectativa de que a doença seja inevitável.

    O fato mais importante e não divulgado é que a doença não é inevitável e que ela pode ser evitada, se ficarmos atentos ao que pensamos e aceitamos como lei biológica. Encher a mente humana com descrições de doenças, debilidades ou desordens físicas, faz com que as pessoas fiquem aterrorizadas. Temer ou valorizar algo, faz com que fiquemos sujeitos a ele.

    Mary Baker Eddy, a autora de CIÊNCIA E SAÚDE COM A CHAVE DAS ESCRITURAS, um livro que explica a terapêutica espiritual e a prevenção e cura da doença, escreve: “Por que declarar que o corpo está doente e descrever essa doença à mente, como quem estivesse saboreando uma guloseima, mantendo-a sempre diante do pensamento tanto do médico como do paciente? Devemos compreender que a causa da doença vinga na mente humana mortal, e que sua cura vem da Mente divina imortal. Devemos impedir que as imagens da doença tomem forma no pensamento, e devemos apagar os contornos da moléstia já delineados nas mentes dos mortais” (pp. 174-175).

    Considero a oração uma eficiente maneira de impedir que imagens de doenças ganhem terreno no meu pensamento. A oração me permite aceitar somente aquilo que eu desejo se manifeste em minha vida. Faz com que o pensamento se concentre em tudo o que foi criado por Deus, o bem, afastando as imagens de doenças e seus sintomas. A oração nos possibilita discernir espiritualmente o que é bom e está baseado na lei divina do Amor. Isso impede a doença de aparecer na consciência e de tentar governar nossa vida.

    Ao contrário do que diz a crença popular, a causa da doença não está na matéria, nem é o resultado de condições físicas. A causa da doença é inteiramente mental, como explica a Christian Science. Ela se origina primeiramente no medo. É por isso que ela precisa ser tratada através daquilo que elimina o medo.

    A compreensão espiritual faz isso, ao nos dar a convicção de que Deus, o bem, é a fonte e o preservador de toda verdadeira existência e de que o homem – o nosso verdadeiro ser – é feito à semelhança de Deus, inteiramente bom e espiritual.

    Não importa o que estejamos enfrentando, podemos compreender espiritualmente que o homem, filho de Deus, está sempre “no esconderijo do Altíssimo” (salmo 91), onde não há compra e venda de doença.
Esse é o estado de consciência onde permanecemos em segurança.
 

Lyn Gray Jackson
Publicado na revista
“O Arauto da Christian Science”,
Edição de maio, 2000.
copyright: The Christian Science Publishing Societ

 

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