51791412_2222243384485512_9048400596838645760_nO Universo é uma recursão. Já percebeu que um sistema solar se assemelha a um sistema atômico? Órbitas, elétrons, satélites. Tudo parte de uma natureza intrinsecamente recursiva. Dentro do universo há outro universo. Fora do universo há outro ainda maior. E dentro de você há uma miríade de possibilidades, uma infinidade de caminhos e uma complexidade fractal que define quem você é.

Você pode sentir-se uno, mas não é. Você é uma composição. A menor célula do seu corpo ainda é você. A soma de todas as suas células é você. Você é tão recursivo quanto o Universo que nos cerca. Assim, conclui-se que dentro de si há um universo, uma vastidão que insistimos em manter inexplorada.

Não é o mundo que precisa mudar. É você. A solução de todos os seus problemas está aí, bem dentro de você, perdida na vastidão de pensamentos, no oceano de sentimentos, na galáxia de conclusões e informações perdidas. Pode soar poético, mas todo ser humano é uma parte do todo, e o todo que é composto de infinitas partes.

Esquecemos de onde viemos, e não queremos saber a resposta. A resposta não é o que você quer ouvir. Você quer atribuir a si uma natureza divina única e exclusivamente por que tem a capacidade de raciocínio. A natureza não raciocina. Ela existe. Ela vive. Ela segue adiante. E você, aí, parado, preocupando-se com a pequenez da sua existência quando poderia ser muito mais. Muito. Mais.

Olhar para dentro é assustador. Assustador por que você descobrirá que está olhando o desconhecido. Nós não nos conhecemos. Somos perfeitos desconhecidos para nós mesmos. Deixar de explorar nossa própria natureza foi o que nos afastou de uma existência muito mais ampla. Foi o que nos afastou da contemplação, da interação com um plano de existência muito superior. Somos inferiores. Nos tornamos inferiores.

Nos dividimos em certos e errados, brancos e pretos, direitos e esquerdos. E, no fim, percebemos que toda divisão que criamos é meramente artificial. Uma mentira. Uma mentira que termina apodrecendo em uma cova, dentro de uma caixa de madeira. A mentira de uma vida inteira desperdiçada.

Ter olhos não é o mesmo que ter visão. Somos todos cegos. Vendados. Estamos dormindo. E não queremos acordar do mundo de sonhos que criamos. A realidade é muito mais simples. Somos o universo. O universo somos nós. Somos apenas um passo na recursão universal. Fora de nós há um universo. Dentro de nós há outro universo.

Está na hora de explorar este universo desconhecido: você mesmo.

Texto de Ronaldo Faria Lima.

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