Conta-se que em uma noite de estréia, antes de tornar-se famoso, Enrico Caruso foi tomado pelo terror de entrar no palco.
Nos bastidores, sentiu a garganta contrair-se, suava copiosamente e estava a ponto de não entrar em cena.
Repentinamente, deu conta do que se passava. Pensou consigo mesmo: ” – Meu “eu inferior”, das aparências, está dominando meu “eu superior”, que quer cantar, que pode cantar, que precisa revelar-se.”
Começou a emitir uma ordem, aos berros: ” – Saia do caminho! Saia! Saia!……”
Todos os participantes do elenco e os demais que estavam nos bastidores olharam-no assustados e se perguntavam se Caruso tinha perdido a razão.
Quando foi dado o sinal para sua entrada, ele cantou com maestria a ária e, ao terminar, a plateia o aplaudia de pé, aos gritos de “Bravo!”
O “eu inferior” havia sido derrotado dando passagem para o “eu superior”.
No momento em que Caruso reconheceu que uma força mais fraca estava reprimindo uma força poderosa, agiu imediatamente sobre ela e fez a mais forte prevalecer.
