William_Blake_watercolor_portraitWilliam Blake
(Londres, 1757 – Londres, 1827)

 

William Blake foi uma estrela fulgurante, entre outras tantas que habitavam a sua constelação. Amigo pessoal de figuras luminosas como Nietzsche, Dostoiévski, Browning, deixou marcada com traços de fogo a sua passagem pelo planeta.
 Ele é considerado por muitos críticos como o maior poeta inglês e um dos mais originais pensadores de todos os tempos. É também reconhecido por seus trabalhos como pintor e desenhista. 
Nasceu em Londres, filho de um fabricante de bonés, no ano de 1757. Teve uma instrução rudimentar, não tendo nunca frequentado uma escola.

 

Porém, devido a sua facilidade para o desenho e a sua precocidade poética, aos 14 anos é aceito no atelier do gravador James Basire. Em 1782 casou-se com Catherine Boucher que muito o auxiliou em sua obra.
     Inicialmente influenciado pelo misticismo de Boehme e Swedenborg, teve visões superfísicas que registrou em sua poesia e em suas pinturas. Em 1813 conheceu o astrólogo John Varley que o animou a cultivar ainda mais o dom da visão.

 
     Todos que se aproximam de suas obras, consideram-no como um poeta e pintor místico. Seus poemas curtos, cheios de ritmo e imagens, são colocados por muitos críticos entre os mais perfeitos da língua inglesa.

 

blake 2Ele era capaz de “ver um mundo em um grão de areia e um céu numa flor selvagem”, como um autêntico místico, dizendo que a sua espada não dormiria “até que ergamos Jerusalém, o Paraíso Terrestre, na terra verde da Inglaterra” (uma alusão clara ao trabalho do iniciado que deve criar um centro irradiador de paz, bem no interior de seu verdadeiro ser).

 
     Blake foi fortemente influenciado pela Revolução Francesa, que ele interpreta como um acontecimento cósmico e como a libertação política dos homens, trazendo consigo um significado divino. Nessa época ele caminhava pelas ruas londrinas, com o boné vermelho dos jacobinos, completamente indiferente aos olhares enfurecidos da maioria dos ingleses que julgavam a França o maior dos inimigos.

 
     Altivo e independente, Blake teve uma existência cheia de dificuldades por se recusar a bajular os poderosos da época. Tinha verdadeiro ódio da hipocresia e do ciúme. Sua luta declarada contra tudo que se tornasse em impecílio à livre expressão dos desejos, trouxe-lhe muitos problemas. Blake dizia que é na infância que o mundo pode ser contemplado com os olhos livres e completava: É o “caminho do excesso” que conduz ao palácio da sabedoria e não o caminho da razão abstrata e dos dogmas.

 
     Antes da consolidação da moral puritana, ele já pregava a liberdade sexual. Conta-se que um amigo encontrou Blake e a esposa, nus no jardim, lendo o Paraiso Perdido de Milton e dizendo que eram Adão e Eva no Paraíso (um grito revolucionário 150 anos antes que Lennon e Yoko).

 
     Quando morreu em 1827, todos o consideravam louco, por seus pensamentos liberais e avançados para a sua época.
     O veredito de Wordsworth era: “Não há dúvidas de que esse pobre homem era louco, mas há algo na loucura dele que me interessa mais do que a sanidade”.

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blake4“Eia ó jovens da Nova Era !..
 Oponde-vos aos mercenários e ignorantes,
eis que existem mercenários nas cortes,
nas casernas e nas universidades que,
pudessem eles, reprimiriam
a Guerra Mental e prolongariam a Corporal…”

                 Willian Blake
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Algumas obras do Mestre Blake
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