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Um dos mais importantes clássicos chineses é o livro Shu-Ching.

Trata-se de uma coletânea de documentos que abordam a história e as lendas do império chinês entre os anos de 2357 e 631 a.C.

É uma compilação atribuída ao grande mestre Confúcio e por isso ele é considerado o mais antigo dos cinco livros clássicos confucianos.
 
A história do desafortunado destino de dois astrônomos imperiais, Ho e Hsi, é uma das muitas que conta o Shu-Ching.

Naqueles tempos, Os chineses davam grande importância a influência que os astros causavam na vida dos homens.

Assim, não era de se estranhar que todos os imperadores procurassem se cercar de sábios conhecedores dos céus, os astrônomos, cuja função era avisar ao povo qualquer fato incomum que porventura ocorresse no céu.
 
O imperador Tsung-Kang, quarto monarca da dinastia Hsia, tinha dois astrônomos de grande confiança sua, Hsi e Ho. Eles deviam manter os olhos bem atentos às coisas celestes.

Os dois, porém, não eram as pessoas mais responsáveis que já viveram…

Com os dias tomados pelos suntuosos banquetes imperiais e com as noites aquecidas pelas belas concubinas do palácio, não restava muito tempo para dedicar aos complexos cálculos dos movimentos dos astros.

Assim foi que um dia, sem aviso, os chineses foram surpreendidos por um eclipse do Sol.
 
Bem, naquele tempo, o povo acreditava que um dragão negro, saído do fundo da terra, estava engolindo o Sol e, para afugentar a fera, toda a população saía às ruas, fazendo barulho, batendo panelas, gritando, batendo os pés…

Foi assim que os pequeninos chineses fizeram um tal alarido que acabaram por afugentar o dragão, permitindo que logo o Sol voltasse a brilhar.

Logo que a paz voltou a reinar, o imperador mandou trazerem os dois astrônomos ao palácio e lá mesmo, sem nenhum julgamento, foram condenados à morte.
 
Hsi e Ho foram entregues ao carrasco que com um enorme machado cortou a cabeça de cada um deles.

O descuido dos desafortunados astrônomos ficou marcado para sempre nas estrelas, pois, as suas cabeças são hoje identificadas como dois aglomerados de estrelas na constelação de Perseu.

A astronomia moderna remonta este episódio ao dia 22 de outubro de 2136 a.C., quando de fato ocorreu um eclipse solar em terras chinesas. O evento que causou a morte de Ho e Hsi é considerado o mais antigo eclipse solar registrado pela história.

 

 

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