Apuleius Lucius
(Madura, Norte da África, 124 –  Egito, 180)

   

Lucius Apuleius 
é mais conhecido como 
o autor de The Golden Ass, 
um dos mais famosos romances no mundo, 
que traz a história do Cupido e da Psique. Sua importância para o estudo da bruxaria 
está no fato de que The Golden Ass 
é um romance de bruxaria, 
e ilustra as crenças que eram pregadas 
pelas bruxas no mundo pré cristão. 

 Esse trabalho de Apuleius prova que a bruxaria não foi, assim como alguns escritores modernos afirmaram, uma invenção da Idade Média. Ao contrário, a bruxaria era conhecida, temida e respeitada na Grécia e na Roma antigas.

lucius-apuleius-of-madaura-north-african-writer-and-philosopherLucius Apuleius foi um sacerdote de Ísis, que nasceu em Madaura, uma colônia romana no Norte da África, no início do século II d.C. Sua família era rica, e ele viajou muito durante esses tempos, em busca de educação e discernimento nos mistérios religiosos. Ele próprio uma vez foi acusado de praticar a magia negra. Ele tinha se casado com uma viúva rica, mais velha do que ele, e a família ciumenta da viúva levantou uma acusação contra ele de tê-la enfeitiçado, levando a ao matrimônio. No entanto, Apuleius foi capaz de se defender com sucesso diante da corte por meio de um discurso brilhante e inteligente, que foi mais tarde publicado sob o título de A Discourse on Magic (Apulei Apologia sive pro se de Magia Liber, com introdução e comentário de H. E. Buder e A. S. Owen, Clarendon Press, Oxford, 1914).

Seu livro The Golden Ass foi traduzido para o inglês por William Adlington em 1566, e em nossos dias atuais por Robert Graves em 1950. Ele finge ser uma autobiografia, contando como Lucius no papel de um jovem aventureiro que se encontrou na Tessália, uma região da Grécia, famosa por sua bruxaria. Após ouvir vários contos horripilantes de seus companheiros de viagem sobre os poderes obscuros das bruxas tessalianas, sentiu se determinado a vasculhar e estudar a bruxaria por conta própria. Sua prima, Byrhaena, alertou o de que a esposa de seu anfitrião, Pamphile, era uma bruxa muito perigosa; mas as palavras de cuidado dela somente fizeram com que sua curiosidade fosse ainda mais aguçada.

Ele decidiu seduzir a empregada de Pamphile, Fotis, e assim ganhar acesso aos segredos da bruxaria de Pamphile. Pelo fato de Fotis estar bastante disposta a ser seduzida, o plano de Lucius a princípio parecia prosperar. Ele convenceu a garota a deixá lo secretamente observar sua patroa banhar-se com um óleo de unção mágico, que a transformava em uma coruja e possibilitava a voar pela noite naquelaforma.

Entretanto, quando Lucius fez com a garota roubasse um frasco da poção da bruxa para ele, o óleo não o transformou em coruja, o pássaro da sabedoria, mas em um jumento   Fotis contou a ele que a magia contrária que o faria voltar à forma humana seria comendo rosas; porém, antes dele conseguir fazer isso, ele viveu diversas aventuras selvagens, até que a deusa Ísis sentiu pena dele e ajudou o a recuperar sua humanidade.
 

   . As bruxas no livro The Golden Ass têm muitas das características atribuídas àquelas da Idade Média. Elas são capazes de mudar sua forma pelo uso de unções mágicas; elas roubam partes de cadáveres para usar em seus feitiços; elas enfeitiçam homens depois de coletarem fios de seus cabelos; elas são capazes de lançar um encanto sobre os sentidos e fazer com que as pessoas peguem no sono; elas são capazes de passar pelo buraco da fechadura de portas transformando se em um animal pequeno, ou até mesmo em um inseto; e elas também são capazes de transformar outras pessoas em formas animais.Porém, Apuleius, como um sacerdote de Ísis, mostra ambos os lados do culto da deusa da Lua, os caminhos da esquerda e da direita. Ele reconhece Ísis como a Rainha do Céu, ainda assim de forma idêntica em seu aspecto negro como Hécate e Proserpine, a Rainha do Submundo. As rosas que redimem Lucius da forma de jumento são um símbolo dos Mistérios; uma idéia que nos anos seguintes foi repetida no emblema oculto dos Rosacruzes.

William Adlington, o tradutor do século XVI de Apuleius, reconheceu que esse romance mágico tinha um significado interior, e que “esse livro de Lucius é uma figura da vida do homem”, conduzida na forma de um conto picaresco.

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