pagelancaRevendo o material de Encontros com a Realidade encontramos uma matéria que foi levada ao ar no programa em função de uma entrevista dada – na ocasião – ao noticiário de uma grande emissora de Rádio em seu jornal da manhã em cadeia nacional. Matéria, também, encaminhada ao seu editor.

Sobre um doutorando que acabara de defender tese na UNIFERJ, e seu conteúdo controverso.

O que nos motivou a falar do tema, e com isso fazer pensar na qualidade de ensino e do tipo de pesquisador formado por ele, que qualidade de acadêmicos se aprovam nestas bancas examinadoras.

Esta matéria foi publicada depois, com autorização, em alguns sites e blogs.

Como o artigo questiona esta tese colocamos aqui já que ainda é relevante a idéia de quanto desconhecemos nossa própria história – de nossa terra e até do mundo – mas também de nossa raiz cultural.

Por isso ela faz um link com a cultura antiga e de outros povos, esta matéria veio a fazer parte de uma obra nossa publicada.

Aqui ela é apresentada em uma série de artigos de forma que se possa refletir no assunto antes e em seguida acompanhar o resto.

Optamos por faze duas séries com dois títulos diferentes e complementares – A Religiosidade em Terras Brasileiras & Xamanismo e o Brasil, publicados paralelamente.

Boa reflexão.

 

Xamanismo e o Brasil

 

1ª Parte.

Captura de Tela 2014-09-02 às 14.36.05Quando se fala em Xamanismo automaticamente imagina se um índio – pele vermelha – Americano.

Bem… para começar o termo xamã nem é norte-americano, vem de saman/shaman de um dialeto siberiano e com ele se denomina estas formas do saber e práticas dos nativos de todos os povos antigos, independente da região ou do nome que usavam em suas próprias línguas.

Xamanismo é algo universal, pois encontramos suas raízes em todas as partes, é um saber ancestral que vem de um passado longínquo; constatou se povos com práticas e até instrumentos ritualísticos semelhantes, é… já era globalizado!

Como vemos não se restringe somente ao nativo norte americano.

Em nossas terras tupiniquins temos índios!

E americanos também!

Somos sul-americanos.

A uma total falta de conhecimento por nos brasileiro de nossa própria historia, raízes e cultura. 

A Tradição diz que o berço das raças foi:

O negro nas terras africanas, muitas vezes chamado de raça etíope,

O branco nas terras ao norte da Europa – o caucasiano,

O amarelo na Ásia – Turânios e

O vermelho nas Américas – o nosso índio.

Sabe por que são chamados de índios… pois é muita gente não sabe, quando Colombo aportou nestas terras ditas americanas a sua expedição (diz a lenda) se dirigia para as Índias, é Índia mesmo, na época Índia e Paquistão por isso as Índias, acreditando que chegara as Índias chamaram os nativos de índios. 

A raça Ameríndia – os ¨ pele vermelhas ¨ – se espalhavam pelas Américas em uma outrora grande civilização.

Os colonizadores não vieram aqui explorar e conhecer um novo povo e a sua cultura, mas para explorar as riquezas naturais, isto sim, nem fizeram questão de conhecer a sua ancestralidade dizimando os quando não conseguiam escravizá-los.

Tinham um sistema de estudo do Céu, uma astronomia bem avançada em fatos e conhecimentos práticos para uso diário chegando ao ponto de ter uma Cosmologia bem complexa.

O xamã ou curandeiro é chamado de Nhanderu = Nosso Pai, no sentido de Pai Espiritual, podendo ser também karai ou Paye, o Pajé – na língua de origem do tronco Tupi, o Nhe’engatu. – diferindo em, digamos, grau sendo o Paye o grau maior.

Nhen = palavra e gatu/catu = genuína, a palavra verdadeira

A Cosmogonia na Tradição Tupy – nanba ou guarani – mantém uma certa semelhança, apesar de não serem idênticas, como a Cosmogonia e Teologia egípcia. Diferia no Egito – tanto quanto por aqui – um pouco, de localidade para localidade, mas a essência era sempre a mesma. 

(vide nossas obras Mitologia de Síntese e Umbanda Kabalística – a verdadeira origem e fundamentos de um culto genuinamente brasileiro,).

O conteúdo pode ser compartilhado desde que citado os devidos créditos de autoria.

Xamanismo e o Brasil.

 

2ª Parte.

Umas das etnias que mantém ainda sua essência é a Mbyá Guarani.

 
 

Captura de Tela 2014-09-02 às 14.35.47Analisando suas lendas e divindades, vemos que o índio era e é essencialmente monoteísta, com divindades auxiliares ou projeções do Deus Criador – novamente como no Egito em que a palavra que designa os integrantes da corte celeste, neteru – net er u, as divindades – foi errônea ou intencionalmente traduzida como deuses, às semelhanças não param ai.

O Deus Criador é Nhamandu = a Grande Escuta, de som, de vibrações.

Nhamandu criou através de seu canto. De sua melodia surgiram cada coisa criada.

Através da Linguagem Sagrada, fez surgir as 4 forças primordiais da sua vara/cetro, postando as 4 divindades que governam as direções.

Começando o circulo da roda do ano:

A leste Jakaira* Ru Eté*  –  o Pai da nevoa.

Ao norte Kuaracy/Guaracy Ru Eté* – o Pai da Luz, o Pai do Sol.

Ao oeste Tupan Ru Eté* – o Pai das chuvas e dos raios.

Ao sul Karai Ru Eté* –  o Pai do fogo. 

Fez brotar ao centro, Pindoju, a Palmeira Amarela a orientar os 4 governantes das direções.

* O J tem sempre som de I

* Ru Eté = Pai Verdadeiro.       

O fato de se achar que Tupan é seu Deus maior é que o Pai Tupan é um ancestral importante, mais próximo a nos.

Organizador entre as divindades auxiliares e seus heróis, como Zeus ou Júpiter – com quem corresponde em funções e atributos, pois todos eles são senhores dos raios – Rei das divindades em suas respectivas moradas celestes.

Captura de Tela 2014-09-02 às 14.35.33Fica claro que a harmonia da criação, das 4 direções, é reverenciada e o porquê de terem como Símbolo Sagrado a Coruça, a Cruz  esta a de braços iguais – nome que dão também ao seu símbolo Celeste mais Sagrado, Coruça… o Cruzeiro do Sul.

(vide nossas obras Mitologia de Síntese e Umbanda Kabalística – a verdadeira origem e fundamentos de um culto genuinamente brasileiro,).

O conteúdo pode ser compartilhado desde que citado os devidos créditos de autoria.