14Ao longo dos tempos em todas as formas do conhecimento há a tendência de aprofundamento e especialização, gerando visões e interpretações um tanto diferentes na forma e na aplicação, conforme costumes, cultura, clima de cada região ou povo, dos princípios e grandes verdades Universais, que são sempre os mesmos. Como ocorrem nas várias escolas de pensamento do conhecimento humano, tais como as escolas de Filosofia: Naturalista, Aristotélica, Socrática, Platônica…; de Psicologia: Psicanalítica, Psicologia Analítica, Existencialista, Gestalt…; das Artes, na pintura p. ex.: Cubismo, Expressionismo, Romantismo etc.

Com os conhecimentos antigos, de sábios e culturas diferentes, ocorreu o mesmo.

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.34.51Mas de qual conhecimento estamos falando? Que sábios eram estes? Bem… esses pesquisadores, analisavam, interpretavam e por fim catalogavam, nomeando as experiências com os fenômenos e forças da Natureza tal qual o Sábio moderno, o cientista, faz.

Estes pesquisadores antigos, estes Sábios/Sacerdotes dos Templos – mais que Templos religiosos, Templos do conhecimento, os laboratórios da época – chamados de Magos, eram os cientistas da época.                           

E o que é ciência? Dizem os dicionários: é a confirmação pela observação e a experiência, colocação ordenada dos fatos conhecidos e apreciados em classes ou categorias, conhecimento de princípios e regras. Ora, exatamente o que faziam os cientistas antigos, chamados Magos! Para usar a terminologia corrente em sua época.

Mago vem da raiz lingüística Mag do Parsi ou Pharsi – o persa antigo – e significa grandeza, força, sábio.

Com isso vemos que o sábio, pesquisador, cientista era o Mago, e que praticava a ciência, primeiro por que como vimos usava o método cientifico em suas pesquisas e segundo por estudar, como o cientista de hoje, as forças e fenômenos da Natureza. Com a pequena diferença de que estudavam estes fenômenos, digamos assim, em suas duas faces a material/física e a energética/espiritual, meta-física, ou seja, as duas em paralelo eram um estudo único, uma ciência só. E Magia o nome dado a ciência, em sua terminologia corrente.

A ciência da magia estudava os vários ramos do conhecimento tais como a química, a psicologia, a biologia, a astronomia, a musica, arquitetura etc., tanto em suas expressões físicas como metafísicas, a alquimia – química e física transcendente, o misticismo – psicologia transcendente e seus estados de consciência, os mantrans ou palavras de poder – a musicalidade, vibração sonora transcendente etc.

Com o passar do tempo por razões sócio-culturais foram as duas formas de expressão, a material e a espiritual, separadas ocasionando a criação e o desenvolvimento do que hoje conhecemos como ciência em seus vários ramos, ficando para os estudos internos dos Templos a face meta-física (além da física) dos fenômenos que necessitavam de maior desenvolvimento da sensibilidade, das faculdades de percepção humana e até uma expansão dos níveis de consciência.

Magia era então a ciência como a conhecemos hoje (sem a tecnologia que conhecemos, é claro) mais a sua extensão energético/espiritual (da qual a física quântica e a química molecular estão se aproximando), um todo antes de sua cisão – algo que, quem sabe, poderemos ver em outra oportunidade – surgindo assim os investigadores, precursores dos cientistas, chamados de naturalistas e os pesquisadores, do espírito, os místicos. Tornando-se algo incompleto, apesar de tanto bem e conhecimento que nos proporcionaram.

Quanto aos conhecimentos mágico/místicos sofreram, também, subdivisões, ramificações tanto como a ciência atual.

Temos um exemplo disso com a prática metafísica do Yoga – Pronuncia-se Yôga – que em principio era uma, a ashtanga sadhana – prática em oito partes, do proto–yoga – posteriormente, e até hoje, vemos subdivisões, tão ao gosto do homem ocidental moderno, as escolas de Raja Yoga – mentalização; Hata Yoga – física; Bhakti Yoga – devoção, Assana Yoga – posturas psicofísicas, etc. conforme o temperamento de cada um.

Estas subdivisões são o que chamamos de técnicas ou tecnologia mágica e as diferentes Escolas – tanto no sentido que temos usado até agora de visão diferente da aplicação de um conhecimento, escolas de pensamento, como no de instituição que ministra este conhecimento – de Sistemas Mágicos.

O estudo da Ciência Mágica ou Sagrada tem várias Escolas, estes Sistemas Mágicos são na verdade a técnica, o método de ensino.

A primeira e mais abrangente forma de divisão deste conhecimento, claramente dirigida, como vimos no inicio, pela cultura, clima, língua, raça (aparentemente, já que só existe uma biologicamente falando, tratamos isso em nossa obra mitologia de síntese um estudo de religiões comparadas), é a da Tradição Oriental e da Tradição Ocidental. Os orientais por natureza mais interiorizados, meditativos, passivos, voltados ao mundo da alma e os ocidentais mais exteriorizados, dinâmicos, ativos, voltados ao mundo da matéria.

Tratando do que nos é mais afeito, mais próximo, ao nosso temperamento, ou seja, da Tradição Ocidental dos Mistérios. Conhecida como WMT – Western Mistery Tradition ou a Tradição Ocidental do Mistério e não como dizem alguns a Tradição dos Mistérios Ocidentais o que parece mais de uma, até no ocidente.

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Na verdade só existe UM (Grande) Mistério ou conjunto de Mistérios divididos 1º nas vertentes ocidental e oriental como vimos antes e 2º em suas ramificações ou compreensão regionalizadas.                           

Existiu – e ainda existe – ao longo do tempo uma cadeia de ensinamento, de sábios treinados nestes conhecimentos, ministrando o conhecimento da Ciência Sagrada, de Mestre a Discípulo, até mesmo em suas duas faces a física e a metafísica, mesmo com a sua diminuição nos tempos de maior perseguição e rareando hoje em dia.

Quando os espíritos mais modernos estavam preparados para recomeçar a ver esta ciência com menor preconceito – mas ainda não eliminado de todo – começaram a surgir várias instituições semi-públicas – pois que as secretas continuavam, como ocorre até hoje – passando a difundir o conhecimento entre os de mente mais aberta.

E por volta do século 16 surge uma instituição invisível como estrutura física, mas presente como entidade Captura de Tela 2015-02-02 às 09.35.32mantenedora das verdades universais aliadas ao de mais elevado em conceito de religiosidade e elevação da alma, conhecida como os Irmãos da Rosa+Cruz, partindo de um mítico fundador – que na verdade representa conceitos cientifico/filosóficos profundos – um Alemão conhecido como Captura de Tela 2015-02-02 às 09.35.41Christian Rosenkreutz, Cristiano Rosacruz, influindo profundamente na visão científica e até religiosa da época aliando Hermetismo, Alquimia, kabalah, práticas ritualísticas e conceitos Cristãos. Ressurgindo assim, com novo fôlego, o estudo da Ciência Sagrada.                          

Já no século 19 quando surgiram as Escolas e sistemas Mágicos consideradas de maior importância que influenciam, até o hoje, a maioria das Fraternidades e Ordens, mesmo existindo atualmente Sistemas mais modernos criados por eminentes ocultistas são eles grandemente influenciados pelos trabalhos anteriores destes pesquisadores e dos ensinos da Tradição.

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.35.54Em meados do século 19 surge uma instituição fortemente influenciada pelo sistema Indiano a Sociedade Teosófica, fundada por Helena Petrovna Blavatsky e o Coronel Olcot. Blavatsky que fora antes sujet (sujeito) de investigação das pesquisas científica de Leon Denizard Rivail, o Alan Kardek, como médium nos estudos de espiritismo, no período em que Kardek ainda não acreditava na origem espiritual dos fenômenos – e para que não sabe, no inicio Kardek precisou ser convencido pela pesquisa, pelo resultado ao longo de um ano de suas investigações – depois de deixar estes experimentos Blavatsky viaja pela Europa e parte para a Índia onde recebe a Iniciação e depois para o Tibeth, retornando e fundando o Sistema Teosófico, que da nome a esta escola.

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.36.07E em 1888 surge com a fundação do Templo Vênus – Urânia, pelas mãos de William Winn Westcot, Samuel Lidell Mathers (posteriormente conhecido como McGregor Mathers) e Woodron Wilson a Order Hermetic of the Golden Down, Ordem Hermética da Aurora Dourada, uma fusão rígida da Kabalah prática com a Magia greco-egípcia e um complexo sistema de Magia Ritual fortemente influenciado pela tradição medieval européia, formando o sistema da G.D.

Dizem os ¨especialistas¨ que na G. D. não se praticava Magia Sexual, o que é Captura de Tela 2015-02-02 às 09.36.33verdade se com isso imaginarmos a técnica de magia que faz uso das relações sexuais e energia liberado pelo reflexo orgástico, mas no conceito Hermético mais profundo pode se dizer que sim, pois que faziam uso, e extremamente necessário nos rituais, da polarização energética entre seus participantes inclusive, por vezes, de sexo diferente alternado-os em suas funções ritualísticas, bem como a sucessão na transmissão de cargo dos oficiais ritualísticos era de um homem para uma mulher e vice versa de mesma regência energética ou planetária.

A G. D. deixou de existir como uma ordem quando se fragmentou, havendo um cisma entre suas principais lojas formando grupos dissidentes mantendo mais ou menos o seu corpo de doutrina com algumas pequenas modificações mais pela via da simplificação. Temos ainda na G.´. D.´. o uso das técnicas – que formam já por si só um Sistema – do Sistema Enochiano de John Dee e uma de suas maravilhas a técnica de criação de Imagens Telesmáticas.

Uma tentativa de volta ao Método ou Sistema Antigo onde se estudava todas as técnicas reunidas em paralelo.

É o Sistema de maior influencia até o momento servindo de base para muitos outros grupos de estudo, não necessariamente ordens ou fraternidades.    

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.36.59Sistema Enochiano e basicamsnte uma forma de evocação de Anjos e seres de vários planos, a manipulação da realidade e obtenção de resultados através de um Idioma Angélico canalizado e extremamente poderoso, sendo necessário muita habilidade para usá-lo, não é u sistema para iniciantes ou inexperientes já causou e pode casar grandes problemas aos incautos, faz uso também de Magia Ritualística.

Após o vácuo deixado pela G. D. um de seus ex-membros e, também, grande influenciador para sua extinção cria uma nova organização com a intenção de substituí-la, estamos falando de um dos gênios da época, escritor ocultista, novelista, alpinista e Mago entre outras coisa, falamos  de Edward Alexander Crownley, o famoso Aleister Crownley e sua Ordem a Austrum Argentium, Estrela de rata ou A. A.

Criador de um Sistema, a partir do contato e evocação de uma entidade que o dita, e se identifica como o deus Horus (deus da guerra egípcio), o Sistema de Telema – Vontade – usando a estrutura de Graus e o próprio Sistema da G. D em seus primeiros Graus, nos níveis superiores o Sistema por ele mesmo desenvolvido o de Telema fazendo uma revisão e reformulação nas técnicas de Magia Sexual, Magia Ritual e Artes Divinatórias.

Após a dissolução da Golden Down as suas principais lojas, como mencionamos antes, formaram fraternidades independentes onde estudaram e se Iniciaram alguns personagens famosos em nosso período. A famosa escritora ocultista e novelista Violet Firth mais conhecida Dio Fortune fez parte de uma delas, Frances Israel Regardie também, e para ser mais especifico da Stella Matutina que também é uma das herdeiras e depositária do sistema Rosa+Cruz Alquímico usado pela G.D., muito embora tenha feito uma simplificação de seu sistema na aplicação de seu treinamento.

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.37.12Dion Fortune formou sua própria Fraternidade a Fraternitas of de Inner LIgth  e o circulo esterno, a escola, a Socieity of de Inner LIgth, Sociedade da Luz Interior, criando seu sistema de treinamento que é baseado no da G.D.

Temos também outra Fraternidade bem conhecida e importante a Ordo Templi Orientis, Ordem do Templo do Oriente ou Ordem dos Templários do Oriente associando-se com a A.A de Crownley que a moldou conforme suas crenças quando tomou o poder em 1923. Surgindo daí outra O.T.O. em função de uma cisão dos que não aceitaram o sistema de Crowley a  Ordo Templi Orientis Antiqua – O.T.O.A., Antiga Ordem dos Templários do Oriente que manteve-se fiel a Tradição pré-Crownley que abriga tradições franco-haitianas, gnose-afro-americana e o conhecimento tradicional do Vudu haitiano e o Rito Menfis-misdrain.

Só por esse pequeno apanhado podemos ver como citamos anteriormente que existem escolas com seus métodos próprios, seus Sistemas e que estes Sistemas são formados por várias técnicas que as vezes podem coincidir de uma para outra escola e que muitas delas mesmo tendo criado seus próprio métodos são grandemente influenciados por escolas maiores  e mais importantes,  nem mesmo a G.D. escapa deste fato quando citamos o Sistema Rosa+cruz Alquímico da G.D. pois uma das grandes influências da G.D. além da estrutura medieval e greco-egípcia foi  a Rosa+Cruz Original.

Como vimos até então começam as subdivisões, conforme o gosto do freguês, por exemplo, temos uma Fraternidade conceituada com um bom trabalho de treinamento que se baseia em apenas uma parte do trabalho da G.D. que é o contato com a divindade pessoal, o chamado Santo Anjo  Guardião e por ai vai.

Existem sistemas conforme a orientação individual e crença de cada um:

Temos por exemplo o Sistema Witchcraft, a Bruxaria, basicamente um Sistema de Magia Natural que faz uso de técnicas de Magia Ritual, Sexual, envultamento etc dentro dele subdivisões regionais como Hexen – Germânica; Strega – Italiana; as fomas Religiosas baseada na Bruxaria como Asatru – Germânica e de Wicca – Britanica/gaulesa/ibérica formada pelas escolas Gardeneriana, Alexandrinana, Seax-Wicca, Bruxaria Tradicional, Feminista etc.

Sem contar o Sistema Shamânico como raiz de toda e qualquer forma de magia, é a forma nativa de prática de cada povo desde a idade da pedra, caracterizado pela facilidade do Shamã de entrar em transe e em contato com o mundo espiritual, as forças da natureza e a matriz  energética que molda tudo.

Existe ainda o Sistema Tântrico, que é um sistema oriental que se assemelha a Kabbalah na região India/Tibet – e é compreensível e muito clara esta semelhança quando vemos suas raízes e origens tanto quanto na forma egípcia – algo de que falaremos em breve.

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.37.25O Tantrismo Ocidental, não confundir com o orienta, que se caracteriza pela pratica sexual ou de relações sexuais  de forma mágica e energética com dois métodos o da retenção dos fluidos e reflexo orgasmico no físico mas ocorrendo no etérico e o método com reflexo orgasmico e seus fluidos, existe ainda a forma de pratica da Magia Sexual Astral ou seja realizada após a projeção astral consciente e combinada ao mesmo tempo dos parceiros. A forma oriental mais próxima é a do Sistema Tântrico Asiático, o Tantrismo do Taoísmo.

Captura de Tela 2015-02-02 às 09.37.35Chegamos ao famoso, mas praticamente pouco conhecido, na verdade e em sua profundidade, Sistema de Kabbalah ou o misticismos das letras e suas combinações de um idioma que repete e/ou representa freqüências vibratórias básicas, essenciais e primordiais que participaram da criação do Universo, o uso dos nomes divinos, angélicos e arque-angélicos, o desenvolvimento e a subida nos vários planos da criação. A criação e transferência através de um veículo mitológico e bíblico a Mekabah.

Sistema Hermético que é a base por de trás de muitos outro dos grandes Sistemas, o controle da Mente, da Respiração, da Expansão da Consciência, do controle dos Elementos e Mágico e também é a base da Alquimia que não é só mística mas operativa.

Há mais uma forma de divisão que cabe aqui fazer uma rápida colocação para estudos futuros que é a de Magia Prática e Alta Magia ou Teurgia. A Magia Prática é toda a forma ou técnica por ex.: Magia Natural, Ritual, Mental e Sexual voltado para resultados e mudanças materiais, no plano da existência física. Alta Magia são as técnicas usadas Rituais, Mental, Sexual, voltados para o desenvolvimento espiritual e contato com os mundos ou planos superiores, com manifestação externa ou não, no plano físico, desta Iluminação.

Aqui não se esgota este assunto, iremos estendê-lo em uma próxima oportunidade.

William Ronan

(vide nossas obras Mitologia de Síntese e  Kabalah Prática.) 

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