CHRISTIAN ROSENKREUTZ

(1378 (?) – 1484 (?))

crist1Nascido em 1378, às margens do Reno, filho de pais pobres, porém com origem nobre.

Tido como o fundador do Movimento Rosa-cruz, sua existência divide historiadores, metafísicos e rosacrucianos.
Aos seis anos é levado para uma abadia secreta onde aprendeu grego, latim, hebraico, matemáticas e magia. Aos 16 anos, partiu em peregrinação para a Terra Santa, porém, circunstâncias o prenderam em Damasco, local onde conheceu alguns sábios que lhe ensinaram seus conhecimentos. Confiando-lhe os segredos da natureza, levaram-no à sua “Cidade Filosófica”, onde passou três anos. A seguir percorreu a Síria, o Líbano, o Marrocos e o Egito, onde foi conduzido ao conhecimento supremo, recebendo o título de “Adeptat”. Passando, a partir de então, a ser conhecido como: “O Pai”.

Recebeu a missão de comunicar a toda a cristandade a sabedoria que era possuidor e de fundar uma sociedade secreta. Para isto recrutou três fiéis companheiros: frater G.V.; frater I.A. e frater I.O. Eles juram sua lealdade e redigiram, sob a sua orientação, alguns escritos fundamentais. Juntos constroem o novo Templo do Espírito Santo onde curam os doentes e consolam os desesperados.
crid33Sete anos depois, o Pai recruta novos companheiros e constitui assim a sua “fraternidade”.
Estes novos irmãos, partem em missão pelo mundo, mas anualmente reúnem-se no Templo secreto do Espírito Santo.
Doze anos depois o Pai, com 106 anos, morre em Engelland (seria Inglaterra ou Terra dos Anjos? … ) deixando seu conhecimento condensado em três textos: “Axioma”: o mais douto; “Rotae Mundi”: o mais sutil e “Protheus”: o mais útil.
O local onde foi sepultado foi esquecido por muitas décadas, até que, um seu sucessor, o Imperator N.N., descobriu o seu mausoléu, onde se lia a divisa da fraternidade: “Ex Deo nascimur, in Jesus morimur, per Spiritum reviviscimus” (Nascidos de Deus. mortos em Jesus, ressuscitamos pelo Espírito Santo) que até hoje esclarece o sentido da mensagem Rosa-Cruz.

filipeta

No Túmulo de Christian Rosenkreutz

por Fernando Pessoa

I

Quando, despertos deste sono, a vida,
Soubermos o que somos, e o que foi
Essa queda até corpo, essa descida
Ate á noite que nos a Alma obstrui,

Conheceremos pois toda a escondida
Verdade do que é tudo que há ou flui?
Não: nem na Alma livre é conhecida…
Nem Deus, que nos criou, em Si a inclui

Deus é o Homem de outro Deus maior:
Adam Supremo, também teve Queda;
Também, como foi nosso Criador,

Foi criado, e a Verdade lhe morreu…
De Além o Abismo, Sprito Seu, Lha veda;
Aquém não há no Mundo, Corpo Seu.

II

Mas antes era o Verbo, aqui perdido
Quando a Infinita Luz, já apagada,
Do Caos, chão do Ser, foi levantada
Em Sombra, e o Verbo ausente escurecido.

Mas se a Alma sente a sua forma errada,
Em si que é Sombra, vê enfim luzido
O Verbo deste Mundo, humano e ungido,
Rosa Perfeita, em Deus crucificada.

Então, senhores do limiar dos Céus,
Podemos ir buscar além de Deus
O Segredo do Mestre e o Bem profundo;

Não só de aqui, mas já de nós, despertos,
No sangue actual de Cristo enfim libertos
Do a Deus que morre a geração do Mundo.

III

Ah, mas aqui, onde irreais erramos,
Dormimos o que somos, e a verdade,
Inda que enfim em sonhos a vejamos,
Vemo-la, porque em sonho, em falsidade.

Sombras buscando corpos, se os achamos
Como sentir a sua realidade?
Com mãos de sombra, Sombras, que tocamos?
Nosso toque é ausência e vacuidade.

Quem desta Alma fechada nos liberta?
Sem ver, ouvimos para além da sala
De ser: mas como, aqui, a porta aberta?
…………………………………

Calmo na falsa morte a nós exposto,
O Livro ocluso contra o peito posto,
Nosso Pai Rosaecruz conhece e cala.

filipeta

gaya 10

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