O Mahabharata (Maha = grande, Bharata = Índia), o grande poema épico indiano
escrito em 250.000 versos, atribuído a um lendário iogue de nome Vyasa Dvaipayana.

O Mahabharata narra a grande guerra dos cinco filhos de Pându contra seu primo,
o cruel Duryôdhana, pelo poder sobre a Índia. 

O Mahabharata, descreve a grande guerra entre os Kurus e os Pândavas. A epopéia Mahabharata, da qual faz parte o Bhagavad-Gita, foi compilada na forma atual entre os séculos V e I a.C. A epopéia se reporta à grande Índia de outrora, unificada política e culturalmente, estendendo-se do Himalaia ao cabo Camorim. 

Os kurus formavam um importante clã dessa época. 

Quando seu rei Dhritarâshtra, o rei cego, envelheceu, decidiu ceder o trono, não a seu filho Duryôdhana, mas ao primogênito de seu irmão Pându, Yudhishtira; pois Duryôdhana, dado ao mal, não era digno de governar. Mas Duryôdhana apoderou-se do trono através de intrigas e traições e tratou de tentar liquidar Yudhishtira e seus quatro irmãos.

 

Krishna, o Deus encarnado, chefe do clã Yâdava, amigo e parente dos kurus, tentou reconciliar os dois partidos, reclamando para os príncipes pândavas apenas cinco cidades. 

Duryôdhana recusou-se a entregar sem luta a menor parcela de terra. Tornou-se então necessário combater pela justiça e pelo direito. 

O Mahabharata, narra a guerra fratricida entre os Kurus e os Pândavas. 

Todos os príncipes da Índia tomaram um ou outro partido. 

Krishna, imparcial, ofereceu uma escolha aos dois partidos: ou ficar com todos os seus exércitos; ou ficar com sua presença como conselheiro. 

Duryôdhana, chefe dos Kurus, escolheu ter aos seu lado todo o exército de Krishna, enquanto que o próprio Krishna, sozinho, passou para o outro campo, não como guerreiro, mas como simples condutor do carro de Arjuna, chefe dos Pândavas.

 

Drôna, que instruíra os kurus e os pândavas na arte militar, tomou o partido de Duryôdhana, porque seu velho inimigo Drupada escolhera o outro campo. 

Bhîshma, tio-avô dos príncipes kuravas e pândavas, o homem que sempre vivera em castidade e era o homem mais forte de seu tempo, era o chefe do partido que tentara reconciliar kurus e pândavas. 

Quando fracassaram as tentativas pacíficas e a guerra tornou-se inevitável, ele decidiu, depois de examinar escrupulosamente seus deveres e sua obrigação, tomar o partido de Duryôdhana. 

Sabia que este estava errado e se a batalha envolvesse apenas os dois ramos da mesma família, teria permanecido neutro; mas quando viu que todos os antigos inimigos dos kurus estavam se aliando aos pândavas, decidiu lutar apenas
dez dias ao lado de Duryôdhana e depois se retirar para uma morte voluntária
(obtida por meios não violentos). 

Do ponto de vista estritamente militar, o exército de Duryôdhana era claramente superior ao de seu adversário. 

Mas esta superioridade era compensada pela presença de Krishna no campo oposto. Sanjaya, o condutor do carro do velho rei Dhritarâshtra, relata-lhe o que aconteceu no campo de Kurukshetra, onde os dois exércitos se reuniram para uma luta sem precedentes na história da antiga Índia.  

 

Os dois exércitos estão um em frente ao outros, prontos para iniciar a batalha… 

É então que começa o Bhagavad-Gîta, o Canto Divino, assim chamado por conter as palavras de Krishna, a divindade encarnada, e por ensinar o homem a elevar-se acima da consciência humana, até uma consciência divina superior, realizando desta forma na Terra o reinado dos céus.

Quando os exércitos estão a ponto de se enfrentar na planície, o guerreiro
Arjuna, um dos cinco filhos de Pându, estaciona seu carro de guerra e se recusa a matar seus próprios parentes. 

Krishna, o condutor, que é na verdade uma encarnação de Deus, mantém com ele um longo diálogo em que expõe sua mística e os caminhos para atingir a Perfeição. 

A resposta de Krishna é um comovente discurso filosófico, que forma a maior parte do Bhagavad Gita. 

Esse diálogo é o Bhagavad Gita.

A fala de Krishna condensa os principais conceitos do hinduísmo, também expostos nos Vedas, livros sagrados ainda mais antigos. 

 

Krishna fala do karma e da reencarnação, o eterno ciclo de vida e morte a que estão presos os seres humanos. 

Para escapar dele, o discípulo deve depurar-se através da yoga, o conjunto de caminhos para se atingir a comunhão com o Todo. 

Escrito na melhor tradição dos livros sagrados, a luta aqui relatada não é outra que a luta travada no espírito humano do Bem contra o Mal. 

A supremacia do espírito sobre o egoísmo, paixões e prazeres mundanos. 

A Guerra entre os Kurus e os Pândavas é, na verdade, a luta que cada um de nós enfrenta para elevar-se e ascender espiritualmente.

Terminada a guerra, os Pândavas saem vitoriosos; todos os Kurus estão mortos,
mas dos Pândavas somente restam cinco príncipes. 

Yudhisthira governou aIndia por 36 anos, e depois todos se tornam ascetas peregrinos. Todos partem para o monte Kailás e na subida todos morrem, com exceção de Yudhisthira e seu cão. 

Ao chegar à sós ao topo do Monte Sagrado, no paraíso, Yudhisthira encontra no paraíso todos os Kurus e seus aliados. 

Para espanto de Yudhisthira, todos os Pândavas estão no inferno, no meio de grandes sofrimentos.

 

Ele, então, tem a opção de escolher se prefere ir para o inferno junto com os seus, ou se prefere ir para o paraíso junto com os Kurus. 

Ele opta por compartilhar a sorte dos seus no inferno. 

Finalmente o deus Indra lhe aparece, e ensina-lhe que o Ser Universal reabsorve a todos e o reconduz ao paraíso, onde ele reencontra todos os seus parentes, irmãos, amigos e também os Kurus e seus aliados. 

Todos os antigos inimigos se reconciliam e a última ilusão é desfeita.