Novo perfil libera  pão de queijo e biscoito de polvilho.

Até pouco tempo, quem procurava um especialista em emagrecimento era recebido com dietas tiradas da gaveta e uma perspectiva amarga de passar fome. Para alguns médicos, no entanto, nem todo mundo reage da mesma forma às dietas de restrição calórica. É o caso do endocrinologista e médico ortomolecular Ademir Carvalho Leite, de São Paulo, que dá orientações alimentares a seus pacientes de acordo com a bioquímica de cada um. “Tudo depende do metabolismo”, explica, “por isso não adianta apenas cortar calorias”.    

 

O primeiro passo, portanto, é fazer uma análise a partir de um minucioso exame de sangue, que apura os níveis de colesterol, triglicérides, glicose, fosfolipídeos, sódio, potássio, ácido úrico e creatinina, entre outros hormônios e minerais, além de um mineralograma, também conhecido por “teste do fio de cabelo”. Leite diz que a medicina ortomolecuar é apenas uma ferramenta a mais no seu programa de reeducação alimentar: “Pessoas que têm fissura por doces, por exemplo, podem estar com falta de zinco, cromo ou magnésio e, nesse caso, um suplemento pode ajudar”, explica.

 

 

“O resto é baseado na medicina alopata”, completa. Quem sofre de colesterol alto, por exemplo, tem dificuldade em metabolizar alimentos gordurosos. Para esses, é recomendado restringir certos laticínios, além de frutos do mar e coxas de frango. Quem sofre de excesso de ácido úrico deve cortar temporariamente os grãos, como fez a gerente-geral do Unibanco Maria Ribeiro. “Posso comer uma porção de coisas, inclusive mandioca frita e queijos gordos”, comemora ela, que perdeu 12 quilos. Quem está com a glicose em alta tem de restringir certos carboidratos e leguminosas. E assim por diante.    

 

Depois que o organismo se equilibra esses alimentos voltam ao cardápio, mas com moderação. O médico não faz restrições espartanas quanto ao volume de comida, mas recomenda o bom senso: “Nunca passar fome, nem sair da mesa estufado”.   

 

imageBD5“A diferença em relação a outras dietas está mesmo na quantidade”, acredita o comandante de aviação aposentado José Alexandre Pereira Júnior. Depois de parar de trabalhar, viu os ponteiros da balança atingirem os 120 quilos e ficou desesperado. Com a proposta do endocrinologista, chegou aos 87 quilos sem sofrimento. Além disso, venceu a hipertensão e o colesterol, que estava alto, voltou ao normal. O segredo foi restringir apenas certos tipos de carne e amido que, no seu caso, funcionam “como um palito de fósforo próximo a um barril de pólvora”, como diz Leite.   

 

Para quem está com os exames de sangue em ordem, mas acima do peso, Leite proíbe as coxas de frango, os frutos do mar e as bebidas fermentadas, além de limitar a a ingestão de frutas para apenas duas unidades por dia. Para ele, aliás, só crianças e convalescentes devem exagerar nas frutas. Os mineiros, porém, podem comemorar: o biscoito de polvilho e o pão de queijo não precisam sair do cardápio de ninguém. “O polvilho em geral é bem metabolizado, por isso é melhor que a farinha encontrada nas bolachinhas de água e sal, velhas amigas de quem faz regime”, aconselha o médico.  
 


Dr. Ademir Carvalho Leite 
é médico clínico geral,
endocrinologista e ortomolecular, 
doutor pela City University – Los Angeles – EUA
Membro Imagick Número 1296
Tel.: (11) 3872.3544
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