Dante Alighieri
(Florença, 1265 –  Ravena, 1321)

   

image1UTPoeta e escritor italiano.
 
Fundador da atual língua italiana.
 
Nasceu na cidade italiana de  Florença no ano de 1265 e faleceu em Ravenna em 1321.
 
Autor da maior obra literária em língua latina:
A Divina Comédia.
Descendente de uma família da pequena nobreza guelfa, (membro de um partido político italiano da Idade Média, apologista do Papa e adversário do partido dos gibelinos) foi aluno de Brunetto Latini e sua juventude foi marcada por duas experiências importantes: a amizade com os poetas Guido Cavalcanti, Lapo Gianni e Cino da Pistoia, com os quais formou a vanguarda poética do “dolce stil nuovo “, e o amor por Beatrice Portinari, paixão idealizada que transformou em experiência literária e filosófica em Vita Nuova.Após a morte de Beatrice, ocorrida em 1290, consagrou-se à filosofia, antes de se dedicar, em 1295, ativamente à política.
 

.
Encarregado de missões diplomáticas foi nomeado em 1300 para o Conselho dos priores, tendo sido obrigado a exilar-se,  já que a entrada de Charles de Valois em Florença assegurou o trunfo dos seus adversários, os guelfos  “negros”.Entregue a uma vida errante em Veneza, Bolonha e Lucca, e perseguindo seu intinerário filosófico e poético, compôs um tratado filosófico, “O Banquete” ( 1304 – 1307 ); um ensaio lingüístico, “De vulgari Eloquentia”; “Epístolas” e um tratado político, “De Monarchia” (1310-1313), onde pregava a autonomia do poder temporal em relação ao poder espiritual.
 

As experiências do poeta alimentaram sobretudo a inspiração da “Divina Comédia ” que transfigurou no plano poético não apenas sua própria vida, mas também a de toda a literatura ocidental. Foi escrita a partir de 1306 no dialeto toscano que se transformou depois no italiano clássico e atual. Em cem cânticos, foi dividida em Inferno, Purgatório e Paraíso
filipeta
A Divina Comédia

 

300px-Portrait_de_DanteA Divina Comédia descreve uma viagem de Dante através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio (símbolo da razão humana), autor do poema épico Eneida, através do Inferno e do Purgatório e, depois, no Paraíso, pela mão da sua amada Beatriz – símbolo da graça divina – (com quem, presumem muitos autores, nunca tenha falado e, apenas visto, talvez, de uma a três vezes).

Em termos gerais, os leitores modernos preferem a descrição vívida e psicologicamente interessante para a sensibilidade contemporânea do “Inferno”, onde as paixões se agitam de forma angustiada num ambiente quase cinematográfico. Os outros dois livros, o Purgatório e o Paraíso, já exigem outra abordagem por parte do leitor: contêm sutilezas ao nível filosófico e teológico, metáforas dificilmente compreensíveis para a nossa época, requerendo alguma pesquisa e paciência. O Purgatório é considerado, dos três livros, o mais lírico e humano. É interessante verificar que é, também, aquele onde aparecem mais poetas. O Paraíso, o mais pesadamente teológico de todos, está repleto de visões místicas, raiando o êxtase, onde Dante tenta descrever aquilo que, confessa, é incapaz de exprimir (como acontece, aliás, com muitos textos místicos que fazem a história da literatura religiosa). O poema apresenta-se, como se pode ver num dos excertos acima, como “poema sagrado” o que demonstra que Dante leva muito a sério o lado teológico e, quiçá, profético, da sua obra. As crenças populares cristãs adaptaram muito do conceito de Dante sobre o inferno, o purgatório e o paraíso, como por exemplo o fato de cada pecado merecer uma punição distinta no inferno. A Comédia é o maior símbolo literário e síntese do pensamento medieval, vivenciado pelo autor.

O poema chama-se “Comédia” não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens.

Dante escreveu a “Comédia” no seu dialeto local. Ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição ao latim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o Toscano como dialeto padrão para o italiano.

Estátua de Dante na Piazza Dante, Nápoles.

Outras obras importantes do autor são:

  • De Vulgari Eloquentia (“Sobre a Língua vulgar”, escrita, curiosamente, em latim);
  • Vita Nova (“Vida Nova”), onde insere sonetos, comentados, onde narra a história do seu amor por Beatriz. A língua utilizada é a toscana, tanto para os poemas (o que não é grande novidade, já que muitas obras líricas tinham sido escritas em língua vulgar) como para os comentários que, pelo seu caráter mais teórico, já inovam ao prescindir do latim.
  • Le Rime – “As rimas”, também chamadas de “Canzoniere”, onde aparecem vários textos de cariz lírico (sonetos, canções, baladas, sextinas…), onde, novamente, canta o amor idealizado (amor platónico), Beatriz, bem como a Ciência, a Filosofia, a Moral (num sentido alargado do termo);
  • Il Convivio – “O Convívio”, de caráter filosófico, é apresentado pelo poeta como um banquete com 14 pratos (simbolizando as canções), acompanhados do pão (os comentários). Faz parte das obras que pretendem dignificar a língua vulgar, tanto mais que Dante chega aqui a citar autores tão importantes como Aristóteles ou São Tomás de Aquino;
  • De Monarchia – “Monarquia”, onde expõe as suas ideias políticas. O livro, escrito em latim possivelmente entre 1310 e 1314, defende a supremacia do poder temporal sobre o poder papal, lembrando que até Jesus Cristo ressaltou que não desejava o poder temporal. Ao final, recomenda que ambos respeitem-se um ao outro, obedecendo àquele “que é o único governador de todas as coisas, espirituais e temporais”;
  • Outras obras, consideradas menores, como “As Epístolas”, “Éclogas” e “Quaestio de aqua et terra“.

Nota: Quando nos referimos a excertos da Divina Comédia, indicamos primeiro o livro (por exemplo, “Inferno”), depois o Canto, em numeração romana; e, finalmente, em algarismos indo-arábicos, os versos (que aparecem numerados na maior parte das edições da obra).

 

filipeta
Transforme a sua vida!!!…
image5BB
“Reprograme a sua mente” 
 
os ÁUDIOS que alteram comportamento sem que você tenha que fazer o menor esforço.