Todo ser humano tem, dentro de si, um pecado original. Não, não se trata da nossa conhecida maçã. O pecado que temos é aquele que nos faz acreditar na “limitação do SER”, não acreditar que somos seres divinos criados à imagem e semelhança de nosso Criador, portanto, infinitos e maravilhosos.  Esta crença faz com que nos sintamos pequenos e finitos, o que ameaça a nossa sobrevivência.
Não nos conformamos com esta posição e fazemos qualquer coisa para nos sentirmos maior do que nos imaginamos. Queremos sempre aparentar “que somos mais”: mais bonitos, mais inteligentes, mais ricos, mais importantes, mais charmosos, e por aí vai. 

    “Mais” significa o resultado de uma comparação: _ José é mais bonito que Benedito; _ Helena é mais inteligente que Ana, etc.

    Deduzimos então, que para sermos mais, tem que existir alguém para ser menos.

    Aí começa a caminhada e a “encrenca” do mundo… o sofrimento da humanidade.

   Quando o homem começou sua jornada evolutiva neste planeta, sentindo sua própria insegurança, viu a necessidade de fazer algo para mudar este triste quadro, algo que justificasse sua presença e sua necessidade neste universo.

   Assim, surge uma “brilhante” idéia: se ele usasse uma máscara que mostrasse o que ele gostaria de ser, o outro não iria ver sua mediocridade e olharia para ele com respeito e admiração. Uma ferramenta excelente para a disputa, quanto mais o outro o admirasse, mais ele poderia se enganar acreditando ser o que gostaria de ser.

    Estabeleceu-se na Terra a competição pelo “domínio sobre o outro”. Esta história começou com Caim e Abel e continua, até hoje, de maneira cada vez  mais intensa, sofisticada e desumana. Nesta busca de ser mais, o homem inventou a guerra, uma maneira segura para provar ao outro a sua suposta superioridade. Com esta distorção na evolução o homem  mata, escraviza, tira a dignidade do outro ser humano denegrindo, mais ainda, sua própria auto-imagem, pois ele pertence à mesma espécie do ser fraco que foi escravizado.
 

Não podemos, individualmente, acabar com as guerras deste planeta, mas se pudermos ao menos nos esforçar para acabar ou diminuir nossa guerra individual, já estaremos dando um grande passo para mudar a triste história que está sendo escrita para a nossa raça.  Quando estamos com alguém, não somos nós, mas a nossa máscara que está lá. 

 

    O nosso verdadeiro EU sabe, no fundo, que está vestindo uma fantasia e que esta fantasia incomoda, esquenta, aperta, não é confortável, mas mesmo assim, preferimos este incômodo a correr o risco de que o outro nos veja como realmente somos.

   A coisa mais desejada e mais difícil para uma pessoa é encarar um relacionamento agradável e duradouro, tipo pais x filhos, marido x esposa, etc. Cansamos de ouvir:  “Ele mudou, não era assim antes…”  Na verdade ele sempre foi assim, o problema é que ninguém é capaz de usar a mesma máscara 24 horas por dia, sete dias por semana.Quando você descobre a máscara do outro, se assusta, porque vai de encontro à sua própria máscara. Instintivamente sente-se ameaçado porque entende que o outro também deve estar percebendo a sua máscara e como você não acredita em seu valor sem ela, surge o medo de perder o seu domínio sobre o outro. 
 

   Começam então as agressões numa tentativa, desesperada e suicida, de recuperar a posição anterior, o que já não é mais possível.   O pior de tudo é que percebe que o outro se irrita quando vê você  usando sua máscara para seduzir uma terceira pessoa, numa tentativa de recuperar o que perdeu.Então, surge o que vulgarmente chamamos de ciúme, ou seja, medo de perder o domínio. Neste momento você entende que, a qualquer minuto, o outro pode desmascará-lo na presença de todos, deixando-o sem as armas que já conhece, para enfrentar sua guerra interna 

   Agora, além de sua guerra interna, começa sua guerra externa, onde o outro é o objeto que o ameaça.

   Como fazer para se livrar do objeto ameaçador? Você tem várias opções: pode afastá-lo, matá-lo, desmascará-lo também, mas qualquer dessas atitudes será temporária, pois um outro virá substituí-lo, ou seja,  a mesma história se repetirá, repetirá, repetirá…

   A única maneira de terminar definitivamente com esta estória repetitiva, é eliminar a causa, ou seja, a sua própria máscara. É óbvio que se trata de uma proposta dificílima e assustadora. Não sei se algum ser humano é capaz de viver sem ela, mas poderemos, ao menos, reduzir a sua espessura.

   Poderemos estar atentos  às nossas atitudes, reações, comportamentos e fazer uma análise fria, leal e real deles. 
 


Só podemos alterar aquilo que sabemos que existe, portanto, se formos honestos com “nós mesmos” e pudermos detectar nossa máscara, talvez possamos perceber que ela até é dispensável, que as pessoas podem nos amar do jeito que somos e talvez possamos nos libertar de seu peso, descobrir que, por trás da máscara, existe um ser muito mais lindo (que não podia aparecer porque ela se colocava na frente), um ser luminoso e divino que veio aprender, crescer e evoluir neste e para este planeta.

 

Zelinda Orlandi Hypolito

Psicóloga Clínica com especialidade em Regressão de Memória. 
No Imagick é: 
Pontifice Solaris do I.I.E. (Imagicklan, a Irmandade das Estrelas);
Vice-Presidente do Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick;
Coordenadora de todas as atividades da Cidade das Estrelas; 
Co-criadora de todos os cursos regulares promovidos pelo Imagick
Telefones: (11) 3813.4123

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