Originalmente, Orobas foi apresentado na obscura obra Pseudomonarchia Daemonum, de onde vem a citação latina usada mais acima.
Ela foi escrita por Johann Weyer (1515-1588), um médico que além de acreditar piamente nos espíritos e em magia. Teve a sorte de estar sob instrução de ninguém menos do que o talentoso e muito famoso Heinrich Cornelius Agrippa (1486–1535).
Bem posteriormente, na primeira metade do século XIX, Orobas novamente aparece num curioso tomo sobre demonologia, o Dictionnaire Infernal, de autoria do ocultista francês Jacques Collin de Plancy (1793-1887).
Porém, foram os pitorescos Samuel Liddell “MacGregor” Mathers (1854–1918) e Aleister Crowley, os ocultistas que deram a Orobas a notoriedade que hoje este “príncipe infernal” possui.
A fama de Orobas veio com a tradução de Mathers (que depois foi inteiramente editada, verificada, introduzida e comentada por Crowley) do Clavicula Salomonis, um grimório anônimo provavelmente datado do século XVII, que se encontrava esquecido nos arquivos da biblioteca do Arsenal, em Paris.
Em sua primeira parte, chamada de Ars Goetia, encontra-se apresentado todo o escrete goético, composto de 72 demônios que supostamente estiveram a serviço de Salomão. Orobas é um destes endiabrados serviçais.
Resumidamente, Orobas é tido pela Ars Goetia como um grande Príncipe, cuja imagem bestial às vezes lembra a de um cavalo com corpo, membros superiores e mãos humanas.
O mais interessante, no entanto, é que uma das principais virtudes que lhes são imputadas é a capacidade ímpar de dar respostas verdadeiras e precisas sobre o passado, o presente e até mesmo sobre o futuro.
Exatamente por isso, ele é um dos demônios prediletos daqueles ocultistas que, inadvertidamente, como o honrado doutor Weyer do século XVI, creem nas maravilhosas artes mágicas e divinatórias.
por Carlos Raposo
Orobas magnus Princeps: procedit equo conformis:
hominis autem indutus idoltum, de virtute divina loquitur:
vera dat responsa de præteritis, præsentibus, futuris,
de divinitate & creatione: neminem decipit, nec tentari sinit:
confert prælaturas & dignitates, amicorum item & hostium favorem.
Præsidet legionibus viginti.
(Johann Weyer, c. 1583
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