O Útero é muito mais que um órgão sexual feminino.
Ele é um CÁLICE SAGRADO.
O Útero pode ser considerado o Caldeirão, o Santo Graal que contém o sangue da descendência, que partilha do poder criador do Universo. Somos portanto fonte de vida e de cura, guiados pelo Amor do Coração.
É necessário alinhar o pulsar do ventre com o Coração da Mãe Gaya e reconhecer cada ciclo da natureza dentro de nós. Sempre foi conhecido que a sexualidade das mulheres está intimamente ligada ao coração mas é interessante saber que existe um meridiano determinado para isto.
O Coração é a Expansão, o dar e receber Amor Incondicional, a Capacidade de Perdoar, o Altruísmo, a Compaixão, a Confiança e a Esperança. O Chackra Cardíaco representa o Sol.
A correlação entre a fisiologia energética do Útero através da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e a descrição de Babalon e o Sagrado Feminino através de Aleister Crowley são impressionantes e esclarecedoras.
A MTC é inseparável da tradição oriental a qual diz que toda a matéria no universo tem o seu lado físico e o lado espiritual e que ambos os lados trabalham juntos para formar uma entidade completa. O ser humano é considerado um microcosmo dentro do macrocosmo e seu corpo é parte integrante da natureza.
Vale lembrar, que o pai da medicina ocidental, o médico e filósofo grego Hipócrates, costumava dizer enquanto cuidava de seus pacientes que “o homem é uma parte integral do cosmo e só a natureza pode tratar seus males”.
A fisiologia energética feminina de acordo com a MTC é dominada pelo sangue, conhecido como Xue, e que este só poderia circular graças a movimentação do Qi, uma energia vital, logo, com abundância de Qi e Xue, juntamente com o funcionamento balanceado e adequado dos órgãos e com boa circulação nos vasos é que se assegura a regularidade de ciclos menstruais, gravidez, parto e lactação. Para a MTC o sangue menstrual tem o mesmo significado do esperma dos homens.
O Útero foi chamado de Zi Bao em medicina chinesa. Bao é de fato uma estrutura que é comum a homens e mulheres e esta no Campo do Elixir Inferior (Dan Tian): nos homens, Bao é “Compartimento da Essência”, nas mulheres, é o Útero (MACIOCIA; 2007).
“A Porta da Vida (MING MEN) é a residência da Mente (SHEN) e da Essência (JING) e está conectado ao Qi Original (YUAN QI): nos homens abriga o Esperma; nas mulheres o Útero” (NAN JING).
Na MTC nosso corpo é energizado através de canais energéticos chamados de Meridianos, estes tem relação com os órgãos de forma energética, diferente da forma neurofisiológica da Medicina Ocidental.
Tanto o Útero (Palácio do Filho) quanto a Próstata e os Testículos (Sala do Esperma) são conectados com o Rim (Fonte do YIN e YANG, Sede do MING MEN, Raíz da Vida e da Morte, pertence ao Elemento Água e é Responsável pela Força de Vontade). No entanto, o Útero esta conectado ao Rim por um canal chamado de Canal do Útero e ao Coração por um canal chamado de Vaso do Útero. A Sala do Esperma está intimamente ligado ao Rim e ao Vaso Governador (alcança o Cérebro e os Rins, explicando sua relação com o Sistema Nervoso Central e com o psiquismo) mas não possui conexão direta com o Coração.
O Coração para a MTC é o MONARCA, espírito supremo que domina o espírito dos outros órgãos, abriga a Mente (responsável pela atividade mental e consciência, é responsável pelo equilíbrio emocional e pela noção da realidade) e Fonte dos Sonhos. O Cérebro por sua vez, controla a inteligência, a memória, o pensamento, a concentração, as percepções, a visão, a audição, o tato, a olfação, etc e depende do Coração, principalmente do Sangue do Coração para a sua nutrição e da Essência dos Rins.
O ciclo de vida feminino seria avaliado em fases que percorrem de sete em sete anos, os setênios, na qual aos 14 anos a menstruação começaria a fluir, por conta de uma série de fatores, o que inclui o pleno desenvolvimento dos rins. Nos homens esse ciclo ocorre de oito em oito anos.
Sete é o número de Vênus, e o Nome secreto de sete letras de BABALON é escrito com Sete Setes, assim:
77 + 7 +7/7 + 77 = 156, o número de BABALON.
Conforme a filosofia estabelecida por Aleister Crowley uma das deusas centrais da filosofia religiosa conhecida como Thelema é Babalon, a Mãe Terra. De forma abstrata representa o impulso sexual feminino, a liberdade da mulher e a fertililade feminina através da Grande Mãe Babalon.
Babalon se refere a Nossa Senhora, sendo seu símbolo primordial o Graal ou Cálice (símbolo do útero gerador). Conforme Crowley escreveu em “The Book of Thoth” (“O Livro de Thoth”), na descrição da carta “Lust” (“Desejo”), na qual ela aparece:
“Ela monta a cavalo sobre a Besta; na sua mão esquerda ela mantém as rédeas, representando a paixão que os une. Na sua direita ela mantém no alto o cálice, o Santo Graal ardente de amor e morte. Nesta taça são misturados os elementos do sacramento da Eternidade (Aeon)”
Seu consorte simbólico é Caos, o Pai da Vida, princípio criador masculino. Babalon costuma ser descrita como portando uma espada à cintura e montando a Besta, a qual controla através de sua Vontade.
É tempo de despertar o que há de mais Sagrado na Mulher, sua Conexão com o Divino, que há muito tempo foi dispersado, negligenciado, distorcido e ocultado. Através do nosso Coração, sob o comando da Vontade, a harmonia com a Grande Mãe será novamente e definitivamente estabelecida. É o momento de conectarmos nosso Coração com o da Grande Mãe. Afinal, o Sagrado está em nós e na natureza, somos parte integrante do Todo e na Mulher o Santo Graal tem conexão direta com o Coração.
“Todo homem e toda mulher é uma estrela” (Aleister Crowley).
O descompasso de nosso planeta pode ser reflexo do desequilíbrio causado pelo patriarquismo exagerado e é necessário mais do nunca que a Mulher promova o equilíbrio.
Patricia Martins Leite – 14/09/2017
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