ordotempliorientis
A história da Ordo Templi Orientis é extremamente complicada (disputas
quanto à sucessão “apostólica”, recriminações mútuas e expulsões). A
ocorrência de sobreposições e inter-relações são inevitáveis. Uma vez que
uma bibliografia excederia os limites de uma breve introdução, o leitor é
aconselhado a ler os livros em Alemão e Inglês do autor, nos quais existe
uma referência bibliografia completa.

A história da O.T.O. e das fraternidades que lhe estão ligadas é a história
dos seus protagonistas, e começa com a de Karl Kellner (1851-1905) e Theodor
Reuss (1855-1923). Reuss, um maçom anglo-germânico, considerado
por historiadores e maçons como um burlão, importou a organização maçônica
marginal de origem francesa, o “Antigo e Primitivo Rito de Memphis e
Mizraim” (MM), de Inglaterra para a Alemanha em 1902. Por essa altura a
organização Alemã não tinha ainda um nome definido, mas foi declarado que a
sua fundação foi feita com a carta de autorização Cerneau de Harry J.
Seymour em 21 de Julho de 1862.

O homem que teve a ideia de um círculo privado que usaria magia sexual sob
linhas Tântricas em 1865 foi o industrial Carl Kellner. Kellner não
pertencia a ordem nenhuma, tinha apenas alguns amigos com os quais
trabalhava em magia sexual e com quase toda a certeza, Kellner nem nunca
ouviu e muito menos usou o termo “O.T.O.”. Depois de Reuss entrar em cena,
ele (Reuss) considerou que era boa ideia introduzir a magia sexual numa
ordem e escolheu o rito de Memphis-Mizraim.

Depois da morte de Kellner em
1905, Reuss inventou um novo termo para um grupo interno que trabalharia com
esta orientação: a Ordem dos Templários do Oriente. Como resultado, a
O.T.O., de Reuss era constituída por membros de MM, mas isto apenas no
princípio (1*). Reuss e o seu auto proclamado herdeiro, Aleister Crowley
(1975-1947), sempre consideraram a O.T.O, e MM ligadas. Por exemplo, os
graus 90*-95* que eram equivalentes ao IX* da O.T.O. [isto é substanciado
pelo documento “Synopse dos Graus” na sua cópia manuscrita do ritual do IV*
da O.T.O. , facsimile em “How to make your own McO.T.O.”].

As seguintes ordens e igrejas estiveram associadas com o fenómeno Ordo
Templi Orientis antes da Segunda Guerra Mundial:
“Fraternitas Saturni” (FS). Foi estabelecida pelo livreiro Eugen Grosche
(1888-1864) em 1926 na Alemanha. Esta foi a primeira ordem a ser fundada
baseada na religião filosófica de Thelema, criada por Crowley ( a “Lei do
Novo Eon”).


“Fraternitas Rosicruciana Antiqua” (F.R.A.), foi criada pelo aventureiro
Alemão Arnoldo Krumm-Heller (1879-1949) em 1927 na América do Sul,

A “Order dos Illuminati” (OI); cuja afinidade com a O.T.O. foi estabelecida
apenas no virar do século pelos seus re-fundadores, Theodor Reuss e o actor
Leopold Engel (1858-1931).


A misteriosa Igreja Gnóstica Católica, a “Ecclesia Gnostica Catholica”
(ECG), cujo contacto com a O.T.O, por um dos seus numerosos ramos é apenas
digna de nota de 1908 a 1920.


Far-se-á ainda menção da “Pansophia” de Heinrich Traenker (1880- 1956), mas
é omitida a ordem criada por Crowley, a “Astrum Argenteum” (A:.A:.).


Traenker, livreiro de profissão, foi um personagem muito activo no
desenvolvimento da Teosofia, antes de começar o seu próprio grupo. Reuss
deu-lhe uma autorização de X* em 1921 e colaborou com este e com Spencer
Lewis (A.M.O.R.C.) na continuação da O.T.O. depois de Reuss expulsar Crowley
em 1921.

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Introdução à história da Ordo Templi Orientis


Continua a ser duvidoso se Reuss construíu O.T.O. de uma forma próxima da
ideia de Karl Kellner quando este morreu em 1905. Mas sob a autoridade de
Reuss, o conceito da O.T.O. foi estruturado de uma forma definitiva em 10
graus, dos quais o VIII* e o IX*, divergindo das linhas maçónicas, praticava
magia sexual. O X* representava o líder administrativo para cada país. A
aparição controversa de Aleister Crowley em 1910-12 (neste último ano,
foi-lhe dada uma autorização para a sua própria loja da O.T.O, mas limitada
à Inglaterra e Irlanda) diferenciou, pelo menos os diferentes grupos da
O.T.O.: a aceitação da “Lei de Thelema” nos rituais. Uma das questões
principais que estão actualmente em disputa é qual dos diferentes grupos da
O.T.O. é o genuíno. Os rituais de iniciação da O.T.O. reescritos por Crowley
entre 1917 e 1942 NUNCA foram usados por Theodor Reuss. Todas as outras
lojas da altura desenvolveram os seus próprios rituais. Existem razões para
acreditar que mesmo Reuss não tencionava que a O.T.O. fosse um veículo de
Thelema. [ver “Eine Leben fuer die Rose”.]. Apesar disso, Crowley tinha
escrito no seu diário “Proclamei-me OHO” (OHO = Outer Head of the Order =
Cabeça Visível da Ordem = Líder mundial da O.T.O; autoridade que lhe seria
concedida apenas por nomeação directa do seu antecessor ou por votação
directa de todos os X*).


Na Alemanha, em 1922, Heinrich Traenker e o seu secretário Karl Germer,
estabeleceram a “Pansophia”, já definida em 1921 por Traenker e a sua
mulher, mas agora financiada por Germer, um homem de negócios.


Reuss morreu em 1923 sem nomear o seu sucessor. Provavelmente pretendia que
o seu herdeiro fosse o negociante suíço Hans Rudolph Hilfiker (1882-1955),
que foi Grão Mestre da loja “Libertas et Fraternitas” fundada em 1917 em
Zurique. Mas este verdadeiro maçon manteve-se isolado de outros grupos
devido à má reputação de Crowley e Reuss. Como Crowley admitiu numa carta de
1924 para Heinrich Traenker, Reuss nunca o escolheu como seu sucessor. Reuss
viu-se livre de Crowley em 1921 e fez ligações á organização de Spencer
Lewis (AMORC) e à F.R.A. de Arnoldo Krumm-Heller

Em 1926, depois de Crowley visitar Traenker e Germer, o secretário da
Pansophia, Eugen Grosche, rompeu com o círculo interno da Pansophia e fundou
a Fraternitas Saturni, alegadamente com cerca de 60 ex-membros da O.T.O.. A
FS tornou-se a primeira ordem fundada sobre a Lei de Thelema. A O.T.O.
dirigida por Traenker, que faz apenas tímidas referèncias a Thelema, ficou
praticamente inativa (2*).


Assim, a O.T.O.. restante de Reuss em Monte Veritá e o seu ramo em Zurique
ficou o único grupo da O.T.O. na Europa, se não no mundo, se excetuarmos as
tentativas Crowley de usar a sua ala da O.T.O. na América para obter
dinheiro fácil e como um meio de publicar os seus escritos

O padeiro suíço e ex-comunista Herman Joseph Metzger (1919-1990) foi
iniciado em 1943 em Davos (Suíça) por Alice Sprengel (1871-1947) de Monte
Veritá, e os seus feitos merecem um pouco mais de atenção.
Não nos devemos esquecer que, depois da morte de Crowley em 1947, o seu
sucessor conhecido na altura nos Estados Unidos, Karl Germer (1885-1962) não
recrutou quaisquer membros, e a O.T.O. suíça, pode mesmo ser considerada a
única O.T.O. ativa no mundo. Para mais, Metzger foi capaz de provar que a
sua O.T.O. era originária de um dos ramos de Reuss, um facto que lhe daria
autoridade sobre toda e qualquer sucursal da O.T.O. proveniente de Crowley.

Comparações: O que é que aconteceu depois da Segunda Guerra Mundial?
A O.T.O. e a Fraternitas Saturni


Durante o seu exílio nos anos 30, Eugen Grosche trabalhou várias vezes com o
grupo de Reuss que tinha resistido em Ticion (na parte da Suíça que fala
Italiano). Metzger entrou em contacto com ele em 1950, e, em consequência
disso, Grosche cedeu toda a sua autoridade sobre a FS fora da Alemanha a
Metzger, que viajava muito pela Europa. Como possuía um visto para os
territórios alemães ocupados pelos Aliados, Metzger serviu como um
mensageiro conveniente para várias organizações. Viajou pela Ordem dos
Illuminati, tomou conta da FS, e visitou vários Thelemitas na Europa, por
exemplo Frederich Mellinger (1890-1970). Este último, chegou a ser o
director activo do teatro expressionista alemão. Era um espiritualista e foi
Secretário de Crowley em Inglaterra, agindo na Segunda Guerra mundial em
benefício de Germer examinando todos os possíveis candidatos para a O.T.O.
de Crowley na Europa.


Em 1951 a O.T.O. de Reuss, sob a direcção de Metzger, juntou-se com a de
Crowley, gerida por Germer. Isto é substanciado pelas assinaturas conjuntas
de Mellinger e Crowley no documento de aceitação de Metzger (3*). Pouco
depois Mellinger abandonaria todos os contatos com qualquer O.T.O. para
trabalhar com os Teosofistas Alemães, e assim esteve desde 1960 até à sua
morte em 1970.


Desiludido com Metzger, Grosche associou-se em 1950 com a Loja da O.T.O. de
Crowley dirigida por Kenneth Grant em Inglaterra. Grant tinha sido nomeado
Líder da Ordo Templi Orientis por Crowley em 1947. Os contactos de Grosche
com Grant enfureceram Germer (o líder americano da O.T.O. de Crowley) de tal
forma que Grant foi expulso [?!] em 1955 da O.T.O. maçónica de Crowley (4*).
No entanto Grant e a sua O.T.O. “Tiphoniana”, desse momento em diante,
concederam graus da O.T.O. sem rituais de iniciação. Quando Grosche morreu
em 1964, Metzger tentou, em vão, tomar conta da FS, vendo-se como a “loja
mãe” de todas as organizações orientadas pela Lei de Thelema.

A O.T.O. e a Fraternitas Rosicruciana Antiqua (F.R.A.)
Arnoldo Krumm-Heller recebeu uma autorização de Reuss em 1908 e fundou a sua
F.R.A. em 1927. A F.R.A. estava sobretudo ativa na América Latina, mas
tinha também ramificações em Espanha, Alemanha e Áustria. Quando
Krumm-Heller se encontrou com Crowley e Germer na Alemanha em 1930, alguns
rituais tinham referências Thelemicas (5*). Krumm-Heller também se tornou um
(“verdadeiro”) Bispo Gnostico em 1939, mas após a sua morte em 1949 a F.R.A.
dividiu-se em numerosos grupos. Em 1963, Metzger tentou, mais uma vez em
vão, fazer com que esses grupos se submetessem à sua autoridade.
Apesar disso, actualmente diversos grupos F.R.A. estão ligados ou a Metzger
ou à O.T.O.A.

A O.T.O. e a Ordem dos Illuminati (OI)
No virar do século, Reuss e Leopold Engel tentaram, sem grande sucesso,
fazer reviver a OI, fundada por Adam Weishaupt no século XVIII. Ainda assim,
alguns grupos de Engel sobreviveram às duas guerras mundiais e aceitaram a
presidência de Metzger em 1963. Metzger considerava a OI como uma base de
trabalho para a sua compilação de ordens (O.T.O. e F.R.A) e rapidamente
integrou a Ecclesia Gnostica Catholica nos altos graus da sua OI.

The O.T.O. and the Ecclesia Gnostica Catholica (EGC)
As Igrejas Gnósticas francesas, que também sofreram numerosas divisões, foi
estabelecida em 1890 e tentou usar os mesmos moldes eclesiásticos de
sucessão apostólica. Mas nem Reuss nem Crowley receberam qualquer sucessão
válida. Reuss rentou fazer a Missa Gnóstica de Crowley a “religião oficial
dos maçons” em 1920; Crowley usou apenas uma vez a sua qualidade de Líder da
O.T.O. para fazer do Teósofo Inglês William Bernard Crow o líder da sua
Igreja Gnóstica em 1944. Mas em nenhuma parte na constituição da O.T.O. se
afirma que a Cabeça Visível da Ordem (OHO) deveria estar relacionada com a
chefia de qualquer igreja.


Metzger recebeu uma consagração válida pois estava na linha de sucessão de
Krumm-Heller, que tinha uma verdadeira sucessão apostólica.


Grady McMurtry (1818 -1985), estudante de Crowley, recebeu algumas cartas do
seu mestre em 1946, enquanto McMurtry estava na Califórnia. Nestas cartas,
Crowley dirigia-se a McMurtry como “Caliph”, um termo nunca usado em
qualquer contexto relacionado com a O.T.O., nem nos escritos de Reuss ou
Crowley; era baseado meramente em “Calif” a abreviatura postal da Califórnia
na altura. Mais de 20 anos após a morte de Crowley, McMurtry interpretou
essa designação como designando-o OHO e patriarca da igreja de Crowley. A
ECG deste “Califado” nunca recebeu qualquer linha de sucessão válida, quer
eclesiástica quer da O.T.O.. Obviamente, este grupo da O.T.O. re-escreveu a
constituição em 1987 após a morte de McMurtry. Desde então o “califado”
designa-se de O.T.O. International.

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A luta pela liderança


Depois da morte de Germer em 1962, houve 4 concorrentes para a liderança da
O.T.O. de Crowley-Germer. De acordo com o testamento de Germer, a decisão
final seria tomada pela sua viúva e Mellinger. A primeira escolha de Sascha
Germer foi o brasileiro Marcelo Ramos Motta (1931-1987), da F.R.A.. Mas
depois descobriu que, de facto, o favorito do seu marido era Metzger. Assim,
em 1963 Metzger proclamou-se OHO e foi aceite por alguns membros americanos
da O.T.O. de Crowley.


Foi apenas em 1969 que McMurtry começou a envidar esforços para ser o Líder
da O.T.O. e reclamou para si os copyrights do Tarot de Crowley. Isto
levantou a especial indignação de Motta que se sentiu excluído. Kenneth
Grant, tal como Metzger, Motta e McMurtry, pode reclamar a autoridade de uma
carta (ou nota no diário de Crowley) de um falecido líder da O.T.O., que
implicaria que ele poderia ter sido escolhido para o alto cargo. Grant
ascendeu ao lugar de OHO em 1970 com a ajuda do executor literário de
Crowley, John Symonds.


Em 1969 houve uma ruptura com o grupo de Metzger e assim um outro grupo
independente da O.T.O. emergiu na Alemanha com o seu próprio OHO.
No fim de Março de 1998 veio à luz um documento que prova que Crowley nomeou
Grant como o OHO da sua O.T.O.

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Descrição dos grupos


Fraternitas Saturni
Dentro desta fraternidade, a opinião vigente era a de que a influência do
Novo Eon exigia a adaptação permanente dos ensinamentos de Crowley aos
últimos desenvolvimentos. Desta forma os rituais de Saturno transformaram-se
num mistura peculiar de magia medieval, astrologia com uma pitada de
Thelema. Com o passar do tempo, e especialmente após a morte de Grosche em
1964, este facto provocou várias rupturas e, desde 1980 um grupo derivado, a
Ordo Saturni, foi sendo mais e mais atraído para o esquema de Crowley. A
magia sexual era outrora discutida livremente dentro da FS, mas não como o
seu tema principal. A FS era suposto ter a sua própria Egrégora, que agora
cederia os seus poderes à organização filiada, a Ordo Saturni. Alguns
membros do ramo alemão do “Califado” também são membros desta ordem,
portanto cedendo as suas energias de magia sexual para essa Egrégora (6*)

Pansophia
Em 1921, o Grande Mestre Alemão da O.T.O. de Reuss, Heirich Traenker, fundou
uma organização chamada Pansophia que publicou escritos rosacruzes
importantes bem como os primeiros trabalhos de Crowley. Krumm-Heller e Reuss
usaram o termo “Pansophia” no seu papel de carta e nos selos. Quando Reuss
morreu em 1923 sem nomear um sucessor, a constituição da O.T.O., exigia que
os restantes membros do Décimo Grau deveriam eleger o próximo OHO. Havia
apenas 8 X*, Dois deles, Traenker e o Grão Mestre Americano C.R.J. Stansfeld
Jones (Frater Achad, 1886-1950, que também tinha uma autorização de Reuss),
elegeram Crowley (também ele X*) como “Um Salvador do Mundo” (em vez de OHO)
sobre os seus ramos da O.T.O. (?) em 1925. Ambos retiraram os seus votos
rapidamente.
Os mistérios sexuais da Pansophia eram comunicados apenas por palavra de
boca por Traenker (7*). Referências Thelemicas são encontradas apenas nos
ensinamentos mais internos do grupo (8*). A Pansophia acabou com a morte de
Traenker em 1956.

A O.T.O. de Metzger
Alguns dos primitivos rituais de Reuss de caracter marcadamente maçónico
foram utilizados na Suíça até aos dias de hoje, apesar dos Suíços nunca
terem tido rituais de Reuss além do Terceiro Grau; outras iniciações
saltavam directamente para o grau IX* (9*) Após a morte de Germer em 1962, o
que representava o desaparecimento da pessoa que tinha o controle da O.T.O.
Thelemica, Metzger misturou a sua Ordem dos Illuminati com a O..T.O. de
Crowley, que continuou assim activa até ao presente sob as linhas de Reuss.
Na Suiça, até onde se sabe, o único ritual a ser realizado é a Missa
Gnóstica de Crowley (mas esta é realizada regularmente desde os anos 50).
Metzger propagou Thelema apenas para receber os favores de Germer. Desta
forma Germer considerava Metzger como o seu sucessor conforme o escreveu
numa carta e foi confirmado pela viúva de Germer (10*).
Metzger renunciou a qualquer tipo de magia sexual. Apesar de ter morrido em
1990 e os critérios de entrada serem muito severos (em contraste com a
brandura do “Califado”). Esta O.T.O., geralmente conhecida como a Ordem dos
Illuminati é bastante próspera.

A Sociedade O.T.O. de Motta nos Estados Unidos e no Brasil
Motta escolheu os seus membros de acordo com os critérios da Astrum
Argenteum (em que alguns estudantes seleccionados devem aprender de cor
alguns escritos de Crowley), ao invés do preceito “A Lei é para Todos” como
era usada na O.T.O. de Crowley. Desta forma a S.O.T.O. nunca teve mais do
que um punhado de membros (11*). Depois da publicação dos rituais de
iniciação da O.T.O. de Crowley em 1973 por Francis King, Motta começou a
criar os seus próprios, pois acreditava no perigo da sua desecração. Por
outro lado, o grupo que, a partir de 1977, se passou a designar de
“Califado” só então é que os veio a possuir.

O “Califado”
Referindo-se a duas cartas de Crowley, a partir de 1977, McMurtry começou a
promover uma recém fundada Loja Agape numa Grande Loja. Como em todas as
O.T.O.s próximas da maçonaria, os graus foram no princípio conferidos ao
acaso. McMurtry esteve nas boas graças de Crowley durante algum tempo, mas
de facto tinha nomeado Mellinger, depois de McMurtry como um outro sucessor
possível. Depois de Germer e outros membros da segunda Loja Agape americana
(dissolvida em 1953) o terem abandonado, McMurtry viu-se livre de Motta, bem
como de Metzger e Kenneth Grant. Motta fez figura ridícula com acções
judiciais paranóicas, enquanto que os outros dois nunca foram mencionados no
tribunal como membros da O.T.O.. Apesar dos factos históricos, um pequeno
tribunal americano aceitou o “califado” como o possuidor da O.T.O. americana
e dos Copyrights de Crowley, mas que têm validade apenas dentro de alguns
estados americanos (Nono circuito de apelação).
De uma forma geral os mistérios sexuais são supostos terem caído de novo na
obscuridade. No entanto este grupo da O.T.O. é aquele que interpreta todos
os escritos de Crowley como o fulcro da sua organização e “substanciou” a
sua posição por intermédio de acções judiciais. McMurtry foi sucedido, em
1985, por William Breeze, um discipulo Canadiano de Grant e de Michael P.
Bertiaux. Existem razões para acreditar que a eleição de Breeze não teria a
aprovação de McMurtry (12*). Breeze intitula-se “Sua Sagrada Majestada”

O.T.O. Tifoniana
O secretário de Crowley, Kenneth Grant (n. 1923) dispensou a estrutura
maçónica da O.T.O. de Crowley. Grant foi nomeado por Aleister Crowley o “meu
sucessor como Cabeça Visível da Ordo Templi Orientis”, em 1947. Não estando
ao corrente dessa nomeação, chegou a ser expulso da O.T.O. de Crowley por
Germer em 1955. Daí em diante, Metzger também cortou os seus contactos com
Grant.
As ideias de Grant derivam largamente da proclamação de Jones/Achad do “Eon
de Maat”, que fez com que Crowley “expulsasse” Jones (que tinha colaborado
com o supra-citado Heinrich Traenker) uma vez que Crowley era o profeta do
“Eon de Horus”; dos ensinamentos de Grosche sobre Saturno/Set e da escola de
Bertiaux que focava sexo e Vudu. A magia sexual é discutida muito
abertamente.

Ordo Templi Orientis Antiqua
Em 1921, a O.T.O.A., um alegado “rebento” da O.T.O. francesa (com origem em
Reuss) foi extendido para 16 graus. Com o passar do tempo a O.T.O.A. foi
absorvendo diferentes sucessões gnósticas, uma linha de Memphis-Mizraim,
consagrações episcopais, e o Décimo-Primeiro Grau de magia homosexual. O seu
mais importante expoente e ponto de convergência é o americano Michael Paul
Bertiaux (nascido em 1935), que tinha sido anteriormente um teosofista
associado com o espiritualista Henry Smith. O sistema de Bertiaux funciona
exclusivamente a um nível mágico e não maçónico e a magia sexual é encarada
como um foco importante nesta organização orientada pelo Vudu. Em tempos,
Bertiaux trabalhou em conjunto com a O.T.O. de Kenneth Grant.

© P.R. Koenig, July 1998 — Tradução Portuguesa: Andre Falcao

ordo
ANOTAÇÕES
Apesar de ser certo que Kellner usou magia sexual, não se sabe se ele
recebeu algum desses graus de MM. A única evidência aparece no jornal
“Oriflamme” do qual um conjunto quase completo existe na biblioteca maçónica
da Grande Loja de Inglaterra em Londres. Reuss afirma que Kellner era membro
da Loja Humanitas em Neuheusl. Esta loja foi fundada em 9 de Março de 1871
sob a constituição da Grande Loja da Hungria. Foi a primeira e a mais
respeitada das chamadas “Grenz-Logen” estabelecidas em 1870 na Austria. Esta
Loja existe agora em Viena sob constituição Austríaca.
Uma grande parte da “Oriflamme” está reproduzida no livro de P.R. Koenig
“Der Grosse Theodor Reuss Reader
Veja o livro de P.R. Koenig: “Das Beste von Heinrich Traenker” (Muenchen
1996)
Facsimile no meu “Materialien zum O.T.O.”, Muenchen 1994
Esta é, por acaso, a razão que Grant dá numa carta datada de 11 de Agosto de
1987. Parece que nem Germer nem Grant alguma vez souberam que Grant tinha
sido nomeado o sucessor de Crowley (OHO) por este.
Fascimiles em: “Materialien zum O.T.O.”, “Ein Leben fuer die Rose”
Mais sobre a FS em “Das O.T.O. Phaenomen”, “Ein Leben fuer die Rose” e em
“In Nomine Demiurgi Saturni”
Algumas em: “Ein Leben fuer die Rose”
Algumas em: “Das Beste von Heinrich Traenker” Muenchen 1996), Ver nota 2
É muito duvidoso que alguns dos grupos O.T.O. de Crowley tivessem quaisquer
rituais mais elevados que o III* em 1973, quando foram publicados por
Francis King no seu “The Secret Rituals of the O.T.O.” (Londres 1973)
Facsimile em “Materialien zum O.T.O.” Muenchen 1994, p.141, 142
O número dos estudantes americanos seleccionados deve ter sido à volta de
seis, mas este valor não é certo. A S.O.T.O. brasileira alegadamente tinha
30 membros, de acordo com as transcrições do julgamento “McMurtry et alii vs
Motta”, California 16 Maio 1985, p. 741
Numa carta oficial, McMurtry ordenou que nem Phyllis McMurtry/Seckler, Helen
Parsons Smith, K.G.D. nem Lon Milo DuQuette tinham poder para nomear alguém
para o lugar de “Caliph”

Introdução à Ordo Templi Orientis
Os Espermo-Gnósticos e a Ordo Templi Orientis
Criação Extática de Cultura
Theodor Reuss: Avô da Sociedade Antroposófica?
Theodor Reuss: PROGRAMA DE CONSTRUÇÃO E PRINCÍPIOS ORIENTADORES DOS
NEOCRISTÃOS GNÓSTICOS O.T.O. 1920
Reuss: I° Grau
Carl Willian Hansen – Dinamarca
Uma O.T.O. no Brasil
Marcelo Ramos Motta: Ritual de Iniciação do Grau I O.T.O.
Marcelo Motta: Carta A Um Maçon
Marcelo Ramos Motta to Karl Germer, July 2, 1954
Marcelo Ramos Motta about Paulo Coelho and others
Translation of Marcelo Motta’s tape to Euclydes Lacerda, dated 1973 e.v.
Euclydes Lacerda de Almeida: Marcelo Ramos Motta – Um Enigma
Marcelo A.C. Santos: A Verdadeira História do “Califado” no Brasil
Fernando Liguori: Influência Tifoniana
P.R. Koenig: Kenneth Grant e a O.T.O. Tifoniana
Kenneth Grant: Concernente ao Culto de Lam
Michael Staley: Um Instrumento de Sucessão
Michael Staley: É Um Vento Ruim que Sopra …
Michael Staley: Lam Workshop
In Nomine Demiurgi Saturni
Saturno-Gnose: A Arte de Amar e Viver
A apresentação solene do Anel de Loja
Walter Jantschik: Magia Sexual Licantrópica
Walter Jantschik: A Animação do GOTOS
Walter Jantschik: A Ordo Baphometis. Uma ordem mágica hermético-gnóstica
English version: Introduction to the O.T.O.
Versione italiana : Breve Storia dell’O.T.O.
Tradução Portuguesa : Introdução à Ordo Templi Orientis
Tradduciõn castellano: Introducción a la Ordo Templi Orientis
Ceská verze: Fenomén O.T.O.
Russian version
Dutch version : Ordo Templi Orientis
Mandarin translation: O.T.O.

por Peter-R. Koenig

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