maldic        Coisas mil acontecem no meio do ano. Impressionante como coisas mudam do nada. Na verdade, esse é um bom exercício de práticas de budismo, assim podemos entender e lidar com essas mudanças. Mas enfim, dando fim ao devaneio: quem já não teve vontade de esganar quem puxa nosso tapete e ajudam essas mudanças a acontecer? É a lei do olho por olho…

          Maldições são coisas mais comuns em nosso dia-a-dia do que imaginamos. Maldizer os outros, ou melhor, xingar, pensar mal acontece o tempo todo. O trânsito é um excelente exemplo. Tenho certeza que você, pelo menos uma vez, já mandou aquele ***** que fechou seu carro pra p***. E as escolas? Pobres professores! Bancos, ônibus, filas em geral. Nossa, como nossos pensamentos são pesados e sujos! Alguns, ainda, têm a “coragem” de por tudo isso para fora, em alto e bom som. Podemos invejá-los, até. 
 

          Porém, um ponto a se pensar é que palavras são pensamentos manifestos. Verbalizar um pensamento é um ato de intenção. Eu diria ainda, intenção mágicka. Em parte é aquilo de “cuidado com o que se deseja”. Aqui aprendemos duas lições importantes: a primeira é devemos disciplinar nossos pensamentos; a segunda, é para refletir sobre o que verbalizamos. 

          Onde eu quero chegar é que muitos condenam o uso de maldições e/ou magia negra e afins. E talvez, os mesmos que condenam tudo isso são os mais nervosinhos no trânsito. As streghe acreditam que as maldições são, de uma forma ou de outra, uma questão de proteção da comunidade e do sangue. Uma forma de defesa. Uma lei da Natureza: sobrevivência. O ponto não é distribuir pragas e sapos pelo mundo, mas sim, poder manipular e tentar controlar ameaças feitas contra os nossos. E para as streghe um ponto é pacífico: mexeu com a família, a coisa fica muito feia.
 

          Pesquisando, encontrei em Aradia, “The Gospel of the Witches”, uma menção às maldições – e ainda a ameaça à deidade. No capítulo V, Leland menciona o limão com alfinetes: coloridos para boa sorte e os negros para tirar a felicidade e a prosperidade de outrem. Neste último, o encantamento diz a Diana que se Ela não fizesse a maldição acontecer, a bruxa não a deixaria descansar. Sinceramente, eu acho isso interessantíssimo. Mostra uma forma, diferente da nossa bruxa, de lidar com divindades e com o uso da magia. Também acho que não cabe aqui julgar certo e errado: cabe entender essa questão e identificar-se com ela ou não. 

         Outras fontes para se recorrer nesse tocante é o das vinganças: afinal, a maioria das maldições acontecem por vingança. Na mitologia helênica temos quatro deusas que se destacam: Nêmesis e as Erínias (Thisiphone, Megera e Alecto). A primeira, era a Deusa que resolvia pendências. Era um instrumento de justiça: a vingança justificada. E quem a chama tem de estar preparado para tudo, pois a Justiça passa e limpa tudo, logo devemos ter cuidado com os julgamentos mundanos e de cabeça quente. Já as Erínias são deusas da retaliação; para elas não importa de onde veio o pedido de vingança: ele apenas é feito. Uma outra função das Erínias é castigar aqueles que matam o próprio sangue. 
 

Athena

          Um último “alguém” que vale mencionar é Athena. A grande deusa da Justiça. Ela não é patrona da vingança, nem das maldições. Porém ela olha para a defesa, para estratégia. Quando ameaçada, eu sempre corro para a minha “padroeira”. Ela nos ‘Ajuda’ a manter a cabeça limpa e nos dá a calma para planejar o que fazer com o inimigo. Afinal, não é crime nenhum se defender. Na verdade, Athena é aquela que nos ensina as lições que eu já mencionei: cuidado com a mente e a boca.  Sinceramente, eu já senti a mão de Athena na minha garganta estrangulando palavras “descabidas” – e a agradeço por isso. 

          Justiça, vingança, maldições. Plagiando Anne Rice, “Evil is point of view”, ou seja, o mal é ponto de vista. O mal de uns, pode ser a sobrevivência de outros. Uma coisa que aprendemos das streghe é que devemos ser leais aos nossos e a nós mesmos. Uma coisa que aprendemos de Athena é que devemos saber usar a lança corretamente, para que não machuquemos quem não merece. Uma coisa que aprendemos no espelho é refletir nossas atitudes para viver em harmonia e equilíbrio, afinal existe uma teia que prende o Sol, a Lua, as estrelas, os seres humanos e toda Criação.  

Benedizioni di Diana

imageSBOPietra di Chiaro Luna
Este texto é a introdução ao livro 
Stregheria – Vecchia Religione da Itália
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