imageNF9O físico alemão Albert Einstein (1879-1955) não ficou preso aos limites do mundo científico. Além de criar a teoria da relatividade, entre outras contribuições à ciência moderna, ele foi um pacifista radical e um profundo pensador da condição humana.
Einstein revolucionou a nossa visão do universo usando a linguagem matemática, porém, no fundo era um místico e um contemplativo. Judeu, perseguido pelo regime nazista, ele orientava sua vida por uma filosofia cósmica, mas também abordou com sabedoria e espírito crítico os principais problemas concretos da humanidade, entre eles a guerra, o nacionalismo e a religião.
Polêmico, propôs uma nova consciência planetária baseada na lei da fraternidade universal. Percorreu o mundo dando palestras e lutando pela criação de uma ordem mundial democrática e pacífica.
A seguir, um curto diálogo com os livros e as idéias de Einstein, uma alma pioneira que veio abrir caminho para o futuro.

Nascido astrologicamente sob o signo contemplativo de Peixes, mas tendo sido criticado e perseguido ao longo de décadas, você deve ter uma noção muito clara da precariedade da vida…
Einstein – Quando o curso da vida é interrompido subitamente, damo-nos conta de que somos náufragos que tentam manter o equilíbrio sobre uma prancha miserável em mar aberto; esquecemo-nos de onde viemos e não sabemos para onde vamos.

Apesar da fama, você manteve uma postura pessoal humilde. Quais são, em geral, os efeitos negativos do excesso de holofotes e câmeras sobre a pobre personalidade humana?
Einstein – A fama fez com que eu me tornasse mais e mais estúpido, o que é, claro, um fenômeno muito comum.

Você sempre foi bastante irreverente em relação ao poder convencional. Valeu a pena essa atitude?
Einstein – Para me punir pelo meu desprezo pela autoridade, o destino fez de mim uma autoridade.

Pessoalmente, qual é o seu ideal de vida?
Einstein – Jamais busquei a calma e a felicidade como fins em si mesmos. Eu classificaria essa ética básica como um ideal de chiqueiro. Os ideais que iluminaram o meu caminho, e têm me dado constantemente coragem para encarar a vida com alegria, têm sido a bondade, a beleza e a verdade.

Como se pode avaliar corretamente um ser humano?
Einstein – Determino o autêntico valor de um homem de acordo com uma única regra: em que grau e com que finalidade o homem se libertou de seu eu?

E como funciona essa avaliação?
Einstein – Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro de uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a morte. Meu valor consiste em reconhecê-lo. Sou realmente um homem quando meus sentimentos, pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e o seu progresso. É minha atitude social, portanto, que determinará o juízo que se tem sobre mim, bom ou mau.

A identidade profunda entre seu pensamento e a filosofia teosófica e esotérica é bastante notável. Você considera todos os campos de conhecimento como coisas inseparáveis?…
Einstein – Todas as religiões, artes e ciências são ramos da mesma árvore. Todas essas aspirações buscam tornar mais nobre a vida do homem, erguendo-a da esfera da mera existência física e levando o indivíduo a alcançar a liberdade. Não é por mero acaso que as nossas universidades mais antigas evoluíram e deixaram de ser escolas clericais. Tanto as igrejas como as universidades, na medida em que estão à altura da sua verdadeira missão, buscam a elevação do indivíduo. Elas tentam realizar essa grande tarefa promovendo a compreensão moral e cultural e a renúncia à força bruta.

image2HVComo você vê a crise da educação moderna e os desafios da escola como instituição?
Einstein – A maioria dos professores perde tempo fazendo perguntas que visam descobrir o que o aluno não sabe, quando a verdadeira arte consiste em descobrir o que o aluno sabe ou é capaz de saber.
Sou de opinião que a pior coisa para uma escola é trabalhar com os métodos do medo, da força e da autoridade artificial. Tal tratamento destrói os sentimentos saudáveis, a sinceridade e a autoconfiança do aluno. Produz o sujeito submisso.
O objetivo da educação deve ser o treinamento de indivíduos que agem e pensam independentemente, mas que veem no serviço à comunidade a conquista mais alta de suas vidas.
A escola deveria ter como objetivo que o jovem a deixasse como uma personalidade harmônica e não como um especialista. (…) O ensino deve ser tão bom que seja visto como um valioso presente e não como um duro dever.

filipeta

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