Por Sandra Cosseti

coup1Outro dia, eu e o meu marido recebemos um convite que não esperávamos: fomos convidados a testemunhar um casamento! Olha só que honra! Só então, percebi que nós não tínhamos afilhados de casamento. Agora temos! E estamos orgulhosos disso!

O primeiro passo, foi irmos ao cartório para iniciar os procedimentos. A noiva, despachada como ela só, já tinha providenciado tudo. Nós apenas tivemos que apresentar os nossos documentos pessoais, conferir os dados e assinar o termo, lá naquela linha sob a qual está o motivo de nossa participação no ato: testemunha.

Só então, eu percebi que há milênios eu testemunho os relacionamentos. Agora eu posso provar isso, pois assinei um termo no qual figuro como tal.

E, testemunhando, já vi relacionamentos firmes e duradouros, o sonho de todos aqueles que estão em um relacionamento sério. Por outro lado, já presenciei, perplexa, o fim de vários romances que prometiam durar uns bons anos.

coup2E, então, passei a observar melhor aqueles cujos relacionamentos duram mais do que o carnê da mobília da casa. E, de fato, há um segredinho ali. Aqueles relacionamentos não se mantêm apenas pelo amor, pela cumplicidade, pelo respeito e tudo o mais que nos vem à mente quando pensamos em uma relação ideal. Isso é importante, não há dúvida. Mas há algo mais…

Aquelas pessoas, de alguma forma, intuíram que a sua alma e a do seu parceiro pertencem a diferentes polos que se complementam. É isso aí: as nossas almas têm polaridades e é preciso reconhecê-las para que encontremos o outro polo e sejamos plenos.

E eu não estou falando daquela história de achar a nossa outra metade para nos complementar e blá, blá, blá… Não é isso. Cada polo é inteiro em si. Ele só precisa do outro para chegar ao seu potencial máximo, para produzir algo que, sozinho, talvez jamais fosse capaz.

coup3Alma, como todo o resto do Universo, é energia. E funciona como tal. Penso que energia similares se atraem e seguem juntas, de forma tranquila, com um amor quieto, calmo, resignado. Seguem paralelas até o infinito, sempre na mesma frequência, na mesma intensidade, no mesmo tom.

Mas energias complementares, com polaridades diferentes, geram calor, frio, altos, baixos, dias, noites, emoção… amor! E brilho nos olhos!

Na história bipolar da criação, Deus apenas separou os opostos que, como tal, só se reconheciam em relação ao outro. “Não existiria luz se não fosse a escuridão…”

Penso que o mesmo ocorre conosco. Há pessoas que são luz; outras, escuridão. Umas som; outras, silêncio. Umas água; outras, terra… Cada um pode mostrar ao outro uma outra maneira de existir.

coup4Os casais aparentemente felizes (quem sabe o que realmente se passa a dois?) aproveitam o que o outro tem para lhes ensinar, crescem com o outro, integram em suas vidas novas características e outras formas de se fazer uma mesma coisa.

É verdade: há outras formas de se fazer as mesmas coisas e se chegar a um resultado satisfatório! A nossa cartilha não é a única do mundo. Podemos nos abrir a novas possibilidades, a outros olhares, a outras culturas.

Este casal descobriu a polaridade de suas almas e, mantendo a sua identidade, cada um está oferecendo ao outro aquilo que tem de melhor, de diferente, de seu. E isto está sendo recebido, pela outra parte, com a mente e o coração abertos. Como vocês podem perceber, eu continuo testemunhando.

Ele budista; ela evangélica: meditações e orações. Ele autônomo; ela servidora pública: planejamento a longo prazo, com alguns riscos embutidos. Ele expansivo; ela reservada: abertura e comedimento em doses ideais. Ele desapegado; ela requintada: planejamento orçamentário antes de qualquer aquisição.

E o denominador comum de tudo isso? O brilho no olhar! Lembram-se dele? Fala sério: algum olho pode brilhar quando o coração está desocupado? Nunca!

coup5Casamento é integração e não guerra! Dominar o outro é para os fracos. O forte é sábio e está ocupado em dominar a si mesmo, de modo que possa desfrutar do seu melhor e, eventualmente, oferecê-lo ao outro.

Sem reconhecermos as polaridades de nossas almas, teremos alguma dificuldade em encontrar o nosso oposto complementar, aquele que nos desafia, nos pega pela cintura, nos olha nos olhos e diz, em um silêncio eloquente: me conquiste e eu te levarei ao sétimo céu!

Quem está disposto a se descobrir? A hora é agora!

*Sandra Cosseti – Brasilia DF – (61) 9674.5004
http://sandracosseti.wordpress.com/

Fonte:umdoistres

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