De como a iniciação mística pode modificar nossa a nossa percepção.

imageJUBSabemos que somos descendentes dos bárbaros, mas não gostamos do fato que, no esquema da evolução, só estamos a uma fração de segundo à sua frente. Nossos cérebros contém a mesma quantidade de informação genética que os dos nossos antepassados que há 30 mil anos pintavam suas caçadas nas paredes da caverna. E, assim como os nossos ancestrais, só usamos uma fração do potencial informativo da memória, versatilidade, criatividade e poder contidos na massa encefálica.

A ciência não é só um corpo de conhecimento. É uma forma de conhecimento. Se os nossos cérebros são hologramas que interpretam a realidade primária existente além do tempo e do espaço, precisamos encontrar na ciência os meios para compreender a realidade. A ciência ocidental proporciona um modelo incompleto, pois deveria mostrar como o indivíduo pode influenciar o que está sendo explicado, ou seja, como extrair do cérebro a potencialidade sem uso. Quando descobrirmos um modelo melhor, este transformará o pensamento ocidental como Copérnico, mostrando que o Sol era o centro do sistema solar, conseguiu substituir o modelo teológico da Igreja católica que postulava que a Terra era o centro do universo.

Os modelos holográficos do cérebro e da consciência descrevem os sistemas de transferência da informação e da memória, mas geram mais perguntas do que podem responder. Não nos ajudam a compreender a nós mesmos e nem o nosso sistema nervoso de modo a permitir que influenciemos a nossa saúde e participemos, conscientemente, da nossa evolução. Para orientação, temos que nos voltar ao cientista primitivo.

Os modelos de consciência descritos e pesquisados pelos físicos são parecidos com os dos místicos, mas seus métodos são diferentes, pois o físico usa a tecnologia e o místico usa sua experiência; como não possui aparelhagem, volta-se ao mais sofisticado dos laboratórios – o cérebro humano e o sistema nervoso.

A iniciação mística modifica nossa percepção

Em algumas sociedades, durante a sua iniciação, o místico ia a um lago ao entardecer quando o Sol estava perto do horizonte. Lá, depois de alguns momentos de meditação, ele recebia instruções para colocar um dedo ao nível dos olhos, a uma distância de 20 centímetros do rosto. Focalizando o dedo ele notaria que as árvores no fundo pareciam duplas. O dedo era então baixado, mas o aprendiz deveria continuar focalizando aquele ponto (a 20 centímetros do rosto), pois boa parte do que acontece não é percebido por situar-se neste espaço intermediário. Este exercício modifica nossas percepções. Depois de alguns instantes, as árvores no fundo ficam em foco mas são vistas em imagem dupla. Pedia-se, então, ao aprendiz que olhasse para a superfície do lago para observar os reflexos.

Lembro-me da minha primeira experiência em contato com um xamã. Estava encostado a uma rocha, observando meu próprio reflexo nas águas tranquilas do lago. O xamã pediu-me que levasse um dedo à altura dos olhos e continuasse observando. Vi, então, duas imagens de mim mesmo refletidas na água. Ele, depois, mandou que eu abaixasse o dedo e olhasse o espaço entre as duas imagens. Fiz isto, e naquele momento os sons da floresta desapareceram, e meu estômago contraiu-se violentamente pois parecia haver dois de mim. Era uma idéia que contrariava minha natureza. Era impossível. Devia ser um truque da visão que influenciava meu cérebro. Relaxei-me, minha respiração normalizou-se, e comecei a ver os quadros que apareciam naquele espaço vazio entre as duas imagens. Vi-me jovem, depois velho. As lágrimas corriam pela minha face mas senti-me liberado, sem meu verniz social, enxergando-me como jamais me vira antes.

imageTDFMais tarde soube que este exercício é usado para conseguir informações através de canais de percepção diversos dos que se costumam usar; era, também, empregado pelos curadores para conhecerem o estado de saúde de alguém ou seus pensamentos. Para isso eles cruzam os olhos, desintegram a imagem da pessoa, respiram profundamente e focalizam o espaço vazio. Parece que a quebra do padrão visual torna acessível ao cérebro a outra via de conhecimento que chamamos de “psíquica”.

 

imageVJ6Dr. Alberto Villoldo,

Doutor em psicologia e

Pesquisador parapsicológico

 

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